Vídeo mostra motorista com facão e ele diz que foi legítima defesa
Imagens mostram o condutor indo em direção aos outros envolvidos no acidente
O motorista da caminhonete modelo L200, envolvida no acidente com Vectra na noite do último domingo (9), na Avenida Nasri Siufi, região do Coophavila, procurou o Campo Grande News na tarde desta quarta-feira (12), para contar que agrediu os outros dois envolvidos no acidente com golpes de facão por legítima defesa.
Ele estava acompanhado do advogado, Tiê Hardoim. Imagens encaminhadas à reportagem mostram o motorista indo em direção aos outros condutores dentro do carro e usando o facão para atingi-los.
Segundo o advogado, vídeo em questão mostra, sem margem para dúvida, que o cliente dele estava portando um facão. "Entretanto, é importante considerar o contexto em que os eventos ocorreram. Segundo o testemunho do próprio acusado, ele se sentiu ameaçado pelos movimentos bruscos feitos pelos ocupantes do veículo, que poderiam estar, a seu ver, procurando uma arma de fogo ou algo similar", disse.
Ainda de acordo com o advogado "diante dessa percepção de perigo iminente, e impulsionado pelo medo de risco à própria vida, meu cliente desferiu um único golpe na região do antebraço de um dos ocupantes do veículo. Foi uma reação instintiva de autopreservação, e não uma ação premeditada de agressão. Adicionalmente, é essencial lembrar que, no mesmo instante, ele viu um dos indivíduos tentando pegar um outro objeto dentro do veículo.
O motorista, que é prestador de serviço e tem 36 anos, preferiu não se identificar. Disse que estava indo deixar o filho em casa quando observou que o motorista do Vectra estava fazendo zigue-zague na pista, atrapalhando a passagem dos outros carros que vinham atrás.
Ainda segundo o relato do condutor, quando ele viu que o filho estava bem, após o acidente notou que um dos passageiros do carro havia saído. “Quando ele me viu indo com o facão, ele correu para a porta do outro. Para mim ele ia chamar o outro para vim para cima, ele viu que não deu tempo, ele tentou e não conseguiu abrir a porta, talvez a porta travou na hora, para mim ele ia pegar alguma coisa, porque ele foi com as duas mãos, no que bati na porta {com o facão} ele colocou o braço, tomou o corte maior.”
Também disse que após toda a confusão, começou a aglomerar gente e em seguida surgiram familiares dos outros envolvidos na acidente, “queriam me linchar, o cara estava alcoolizado, não é habilitado num veículo que não era dele, colocou em risco a vida minha e do meu filho e ainda vem o povo achando que eu sou o criminoso (sic)”, finalizou.
O acidente - “Quando ele firmou o carro na pista da direita, eu aproveitei para ultrapassar ele, mas assim que passei, ele bateu na traseira da caminhonete. A melhor saída para mim era sair na contramão, mas vinha outra caminhonete na pista contrária, segurei ao máximo, teve uma hora que não aguentei, eu não consegui mais porque ele me empurrou, aí empurrei para o lado da ribanceira, ele rodou e bateu no poste, aí eu rodei e capotei”, contou o prestador de serviço.
Durante a entrevista, o advogado Tiê Hardoim destacou que o cliente dele vai responder pelo crime de lesão corporal e que vão apresentar a tese de legítima defesa, pois a perícia esteve no local e confirmou que o motorista da caminhonete contou a verdade, “inclusive, no boletim de ocorrência, fala que até os bombeiros relataram que os outros dois motoristas estavam visivelmente embriagados”, explicou o advogado.
