Vídeos de educadora evidenciam maus-tratos em Ceinf, afirma delegado
O delegado Fabio Sampaio, da DEPCA (Delegacia Especializada de Pronto Atendimento à Criança e Adolescente), informou nesta quarta-feira (27) ao Campo Grande News que as filmagens envolvendo educadora e crianças do Ceinf (Centro de Educação Infantil) Maria Cristina Ocáriz de Barros, no Jardim Tijuca II, evidenciam maus-tratos praticados por ela.
Nesta tarde, o delegado ouviu a diretora do ceinf e a educadora Iara Freitas, que trabalhava com a acusada de maus-tratos e fez as gravações. Como o caso corre em segredo de justiça, Sampaio não deu detalhes sobre os depoimentos.
Fabio Sampaio frisou que mais pessoas precisam ser ouvidas no caso e definirá com os delegados Paulo Sérgio Lauretto e Mario Queiroz quem ficará à frente das investigações.
Caso – O caso veio a tona depois que a educadora Iara Freiras, denunciou a colega de trabalho por meio de vídeos. Nas imagens, a mulher aparece “chacoalhando” as crianças no momento do sono e gritando com um aluno.
Iara diz que percebeu a situação, quando decidiu contar para uma amiga, que é diretora em outra unidade - sendo esta amiga a autora da denúncia, que resultou na demissão da agressora.
Iara diz acreditar que algumas colegas, incluindo a diretora do ceinf, eram coniventes com as agressões, já que a mulher trabalhava lá há dois anos. “Teve funcionária que disse que eu só fiz o que elas nunca tiveram coragem de fazer. O que não entendo é porque elas viraram a cara para mim e depois ficavam fazendo perguntas e me maltratando”, diz.
Injustiçada – Em nota, a prefeitura afirmou que Iara foi demitida, pois era contratada através do convênio com a Seleta, empresa em que os acordos com o município foram alvos de ação na Justiça, que determinou a suspensão deles e, por consequência, a demissão de funcionário. Entretanto, Iara alega que o motivo foi outro.
"Já não aguentando tanta represálias, fui até a Semed [Secretaria Municipal de Educação] e pedi transferência para outro ceinf. Contei tudo o que estava acontecendo, mas não tive êxito", comenta Iara, que já tinha prestado serviços como recreadora, cobrindo pessoas em licença médica por dois anos e, no dia 1º de agosto, completaria dois anos como contratada fixa. A demissão ocorreu no dia 11.
“Todo mundo que trabalhou comigo me conhece, sabe como eu trabalho, estou me sentindo injustiça, triste. É revoltante essa situação que eu estou passando”, considera.
A educadora acusada de maltratar as crianças foi exonerada do cargo nesta quarta, de acordo com a assessoria de imprensa da prefeitura.
Nos vídeos gravados por Iara, que podem ser vistos abaixo, é possível ver a educadora rispidamente organizando as crianças durante o sono feito à tarde, além de gritar com uma criança para que ela não abrisse o olho e dormisse.