Césare Battisti é preso pela PRF em Corumbá ao tentar fugir para a Bolívia
Italiano é condenado à prisão perpétua por terrorismo; Refugiado no Brasil, ele foi preso durante blitz da PRF
O italiano Cesare Battisti foi preso nesta quarta-feira (4) em Corumbá, a 419 km de Campo Grande, tentando escapar para a Bolívia, conforme o jornal O Globo. O escritor é condenado à prisão perpétua na Itália e vive em refúgio no Brasil. Conforme o jornal, ele foi preso pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) numa blitz sob uma suposta tentativa de evasão de divisas.
O Globo afirma que ele tentaria o refúgio para o país vizinho de Mato Grosso do Sul, em razão do fim do refúgio no Brasil, onde vive desde 2007 após fugir da França. Ele ganhou refúgio em 2010, decisão do ex-presidente Lula. Conforme o jornal, o governo italiano pediu "formalmente" ao Brasil que anule o refúgio dado à Battisti, para que ele seja devolvido e cumpra a pena no país de origem.
Habeas Corpus - Ainda segundo o jornal, a defesa de Battisti ingressou com pedido de habeas corpus na última quinta-feira (28), no STF (Supremo Tribunal Federal), uma tentativa de impedir a extradição.
Dois ministros do governo de Michel Temer (PMDB) já teriam sinalizado conceder o pedido, explica o jornal. Seriam Torquato Jardim (Justiça), primeiro a analisar o pedido do governo estrangeiro; e Aloysio Nunes Ferreira (Relações Exteriores), "por considerar o ato como um gesto importante diplomaticamente", segundo O Globo.
Extradição
Em 2009, o STF autorizou a extradição, mas declarou, conforme explica o jornal, que a decisão final seria de Lula. Foi dessa forma que em 2010, Lula autorizou a permanência de Battisti no Brasil. Na época, a defesa do italiano já alegava que os supostos crimes tinham prescrito.
Césare Battisti nasceu em 1954 é um escritor italiano, antigo membro do PAC (Proletários Armados pelo Comunismo), grupo de extrema esquerda ativo na Itália no fim dos anos 1970. Em 1987 foi condenado pela justiça italiana por terrorismo à prisão perpétua, com restrição de luz solar, pela suposta autoria, direta ou indireta, dos quatro homicídios atribuídos ao PAC – além de assaltos e outros delitos menores, igualmente atribuídos ao grupo.
*matéria alterada às 17h56 para acréscimo de informações.