CFMV é contra tratamento da leishmaniose e diz que pode punir veterinários
Após a decisão judicial que declarou nula a determinação dos ministérios da Saúde e do Agricultura, de proibir o tratamento da leishmaniose em cães, o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) se posicionou contra a decisão, como já assinalava anteriormente.
O CFMV também confirma que pode punir os médicos veterinários que determinem tratamento para os animais infectados, e orienta que estes profissionais devem ser denunciados ao Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV) do respectivo estado.
As denúncias devem ser apuradas e, se confirmadas, os médicos veterinários devem responder a Processo Ético Profissional e ainda à representação junto aos ministérios públicos estadual e federal.
As penas podem ir desde advertência confidencial, em aviso reservado, e censura confidencial, em aviso reservado, até censura pública, em publicação oficial, e suspensão do exercício profissional até três meses. Outra hipótese é a de cassação do exercício profissional.
De acordo com o conselho, o tratamento da leishmaniose visceral em animais oferece risco á saúde da população, já que o tratamento não promove cura parasitológica da doença, e o animal segue sendo hospedeiro e fonte de contaminação através do mosquito transmissor.
Ainda conforme o CFMV, a OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda que somente a adoção de medidas integradas, como o uso de inseticidas e a eutanásia dos cães contaminados podem garantir a segurança da população, até que a cura seja cientificamente comprovada.
Os dados apresentados são de que nos últimos 11 anos, em nove estados, a leishmaniose foi a causadora de mais mortes que a dengue. Antes limitada às áreas rurais e região Nordeste, ela acabou se espalhando pelo país. Entre 2000 e 2011, 2.609 pessoas morreram por causa da desta doença.