Chuva mata 78 pessoas e arrasa o Rio, São Paulo e Minas Gerais
São milhares de desabrigados nestas regiões
A chuva que arrasa os estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, na região Sudeste, já causou 78 mortes.
Destas, 64 ocorreram na região serrana do Rio e as outras no estado paulista.
Em São Paulo, cinco mortes foram registradas em São José dos Campos, três em Mauá, três na Capital, uma em Embu, uma em Mogi das Cruzes e outra em Iperó.
Os bombeiros resgataram 176 pessoas em enchentes e desabamentos e ainda procuram desaparecidos em Mauá e em São José dos Campos.
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito da Capital, Gilberto Kassab (DEM), anunciaram ontem um plano de R$ 800 milhões para combate às enchentes na cidade.
A iniciativa inclui a retirada de 4,18 milhões de metros cúbicos de resíduos da calha do Rio Tietê, ao longo deste ano, a abertura de licitação para a compra de três turbinas para aumentar em 60% a capacidade de
bombeamento do rio Pinheiros para a Represa Billings e a canalização de córregos.
Também está prevista a construção de dois piscinões, sendo um deles na divisa entre São Paulo e São Caetano, a construção de um sistema de canais entre São Paulo e
Guarulhos para desassoreamento do Rio Tietê e a criação do Parque da Várzea do Tietê, com a remoção de 5 mil famílias que vivem às margens do rio.
De acordo com o governador, o parque deve ficar pronto em quatro anos e as turbinas estarão em funcionamento em três anos.
Rio de Janeiro
A prefeitura de Teresópolis informou no início desta tarde que o número de mortos já chegou a 64 só na região serrana do Rio.
Por isso, o governo do Estado solicitou à Marinha aeronaves para ajudar no socorro e resgate de moradores das localidades, já que ruas e estradas foram comprometidas com a queda de encostas.
Em nota, o governador Sérgio Cabral (PMDB) lamentou a "perda de vidas nesta tragédia causada pelas chuvas" e manifestou "solidariedade às famílias".
Conforme o comunicado, os aviões da Marinha vão deslocar material, equipamentos e agentes do Corpo de Bombeiros e Defesa Civil nas cidades atingidas. O governador está no exterior e voltará logo ao Rio para visitar a região serrana nesta quinta-feira.
O prefeito de Teresópolis, Jorge Mário Sedlacek, decretou estado de calamidade pública e informou que equipes ainda buscam sobreviventes em diversas áreas do município.
Ele alertou que o número de vítimas pode aumentar, pois as equipes de socorro ainda estão chegando aos locais devastados por enxurradas e desmoronamentos.
Sedlacek estima que o número de desabrigados já passa de 1.000 pessoas.
"É a maior catástrofe da história do município", afirmou o prefeito em entrevista à TV Globo.
Em Nova Friburgo, ao menos oito pessoas morreram - incluindo quatro bombeiros que ajudavam no resgate de vítimas.
Um desmoronamento atingiu uma viatura da corporação e três homens continuam desaparecidos. O centro está coberto de lama e há ruas alagadas.
O volume de chuvas chegou a 260mm em 24 horas. Em Petrópolis, um casal de idosos faleceu em Itaipava.
Deslizamentos de terra impedem a passagem em várias localidades de Corrêas, Araras e Vale do Cuiabá. Equipes da Secretaria de Obras já foram mobilizadas para liberar as vias. Alguns deslizamentos de terra também atingiram parcialmente casas dessas regiões.
Minas Gerais
Deslizamentos de terra no município de Presidente Olegário nesta quarta-feira elevaram para 66 o número de cidades que decretaram situação de emergência em Minas Gerais desde outubro de 2010.
Um deslizamento em Simão Pereira e inundações em Itamonte nesta manhã somaram outros dois municípios a um total de 48 prefeituras que já enviaram notificação preliminar de desastre à Defesa Civil.
Não houve registro de mortes nos eventos desta manhã, e o índice de 16 falecimentos no Estado em função das chuvas desde novembro do ano passado foi mantido.
Em balanço divulgado nesta quarta-feira, a Defesa Civil informou que há 14.386 pessoas desalojadas em função de deslizamentos e enchentes no Estado. Os desabrigados já chegam a 2.113, enquanto o total de pessoas afetadas pelas chuvas é estimado em 1.218.547.
A Defesa Civil estima que 5.119 casas foram danificadas e 196 completamente destruídas. As pontes danificadas são 305, enquanto 71 cederam à força das águas. Com informações do Estadão, O Dia, Terra Notícias e Diário de Canoas.