Com braço em MS, da cadeia Beira-Mar movimentava milhões do tráfico, diz PF
Mandados de prisão e de busca e apreensão realizados durante a Operação Epístolas deflagrada nesta manhã (24), no Distrito Federal e em mais cinco Estados, para desmantelar a quadrilha de Fernandinho Beira-Mar que atuava no tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, são cumpridos em Campo Grande e Três Lagoas. Mesmo preso há 11 anos, Beira-Mar movimentou mais de R$ 9 milhões.
Além de Mato Grosso do Sul, estão sendo cumpridos no DF, Rondônia, Rio de Janeiro, Paraíba e Ceará, 22 mandados de prisão preventiva, 13 de prisão temporária, 27 de condução coercitiva, 85 de busca e apreensão, além de bloqueio de valores depositados em 51 contas bancárias e suspensão de atividades comerciais de 9 empresas.
As investigações começaram há cerca de um ano com a apreensão de um bilhete picotado em uma marmita, encontrado por agentes na Penitenciária Federal de Porto Velho (RO), onde Beira-mar está preso. Após a reconstituição e exame grafotécnico, foi comprovado que o escrito era de Fernandinho. Ele dava ordem a outros integrantes do grupo que se encontravam em liberdade.
Foram apreendidos cerca de 50 bilhetes redigidos ou endereçados ao interno que eram entregues por um esquema elaborado e sofisticado para a transmissão de seus recados. Conforme a Polícia Federal, não há indícios de participação ou facilitação por parte dos servidores.
Estima-se, segundo a PF, que por mês, a organização movimentava cerca de R$ 1 milhão. O grupo tem bens avaliados em aproximadamente R$ 30 milhões.
Para comprovar a origem dos rendimentos, a quadrilha montou esquema de lavagem de capitais por meio de empresas de fachada, estabelecimentos comerciais, casas de shows e bares, além de aquisições e reformas imobiliárias.
Os presos preventivamente serão levados para Porto Velho. Mais informações serão divulgadas às 10h em coletiva de imprensa. O termo epístola é utilizado para denominar textos escritos de maneira coloquial em forma de carta.