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Cidades

Com casos confirmados, vírus da raiva circula em três municípios

Priscilla Peres | 20/04/2015 10:30
Prefeitura intensificou vacinação em animais de Corumbá. (Foto: Anderson Gallo/Diário Corumbaense)
Prefeitura intensificou vacinação em animais de Corumbá. (Foto: Anderson Gallo/Diário Corumbaense)

Três cidades de Mato Grosso do Sul tem casos confirmados de raiva em animais, ao todo são 15 e afetam cachorros, morcegos e bovinos. Ontem (19), o Estado teve a confirmação de que há um caso de raiva humana, o que não acontecia há mais de 20 anos. A doença é altamente letal e o paciente está internado na UTI do Hospital Universitário.

O homem de 38 anos é morador de Corumbá - distante 419 km da Capital, onde existe um surto da doença. Ele foi mordido por um cão e demorou 45 dias para procurar uma unidade de saúde, ao fazê-lo ficou constatada a doença e o paciente foi transferido para Campo Grande.

Corumbá tem 10 casos de raiva confirmados em animais, sendo nova em cachorros e um em bovino. O primeiro foi diagnosticado pela Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) em 11 de março, quando atingiu um bovino. Os outros começaram a surgir em cães, a partir de 16 de março.

Ladário, cidade vizinha de Corumbá e também na fronteira com a Bolívia, já tem três casos de raiva canina confirmados. Em Campo Grande, são mais dois, em morcegos. No dia 13 deste mês, o CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) atestou o segundo caso, ambos foram identificados em uma colônia na região central.

Segundo informações do Diário Corumbaense, todos os contatos de animais positivos e agressores são submetidos a tratamento profilático antirrábico. Em Corumbá, as equipes de saúde estão buscando ativamente pessoas agredidas e que tiveram contato com animais suspeitos. O Estado de Mato Grosso do Sul foi informado sobre a descontinuidade das ações e do tratado de cooperação técnica entre Brasil e Bolívia, por questões de mudança de governo naquele país.

Doença - A raiva é transmitida por vírus e não tem cura. Seres humanos contraem a doença a partir da saliva de animais infectados, geralmente por mordida. Pelo alto risco letal e de contaminação, qualquer um que corre o risco de contrair a raiva deve receber vacinação antirrábica para a proteção.

O médico infectologista Maurício Pompílio, explica que o paciente com raiva respira com ajuda de aparelhos e está em coma induzido. "Estamos atendendo todos protocolos vigentes na tentativa de salvar o paciente, mas a doença é muito agressiva, muito grave, apesar de não ser transmitida facilmente entre humanos mas, sim, por mordida de animais em humanos".

Ainda segundo o especialista, a doença não é comum em humanos e as chances de cura são quase nulas. "No Brasil, há somente um caso de sobrevivência por raiva, registrado em 2008, em um jovem de Pernambuco que sobreviveu ao tratamento", completa.

Mato Grosso do Sul não registra caso de raiva humana há mais de 20 anos, desde 1994. No entanto, Corumbá vive surto de raiva animal. O caso mais próximo foi registrado em 2009 na Bolívia

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