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Cidades

Com medo de demissão, funcionários da JBS organizam protesto na Assembleia

Semana passada, Justiça determinou o bloqueio de R$ 730 milhões da empresa, a pedido da CPI da Assembleia

Mayara Bueno | 16/10/2017 16:52
Grupo reunido com diretor da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural). (Foto: Assessoria Deputado).
Grupo reunido com diretor da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural). (Foto: Assessoria Deputado).

Com receio de demissões em massa, principalmente após o bloqueio de R$ 730 milhões da JBS, funcionários da empresa marcaram protesto na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, na terça-feira, dia 17.

O movimento, que está marcado para as 8 horas, deve reunir 2 mil pessoas, conforme a expectativa do presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Carnes e Derivados de Campo Grande, Wilson Gimenez Gregório.

Ele afirma que o número engloba não só funcionários das cinco unidades que a JBS mantém em MS, mas de todo o Brasil. Só no Estado, as sedes têm de 18 mil a 20 mil, afirma.

O receio dos trabalhadores é que a empresa não cumpra o pagamento do salário do mês que vem, por exemplo, além de eventuais demissões e outras ações em consequência do bloqueio de bens.

Ainda conforme o dirigente, os desligamentos ainda não estão acontecendo. Portanto, por enquanto, o movimento é forma de se precaver e também pelo medo. "Não sabemos se é ameaça ou realidade", disse ao citar o exemplo da redução de abate que alega ter acontecido hoje na Capital.

"Hoje foram abatidas 700 cabeças em uma unidade e em outra 1 mil, quando a capacidade diária é de 1,2 mil e 2 mil".

Tentativa - Um grupo formado pelo presidente do sindicato, cerca de 20 trabalhadores e os deputados estaduais Pedro Kemp e João Grandão, ambos do PT, foi até a governadoria na expectativa de conversar com o chefe do Executivo, Reinaldo Azambuja (PSDB).

Mas, quem os atendeu foi o diretor-presidente da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural), Enelvo Felini. A intenção foi demonstrar a preocupação e pedir intervenção do Estado, para que este busque um meio jurídico para que o bloqueio dos bens da JBS não afete os trabalhadores.

"Pedimos um apoio do governo para abrir uma negociação com a empresa, no sentido de garantir os empregos. Isso (o bloqueio) não pode gerar uma crise e começar a suspender salários, suspender atividades. Se ela deve ao Estado, faça uma proposta para pagar em 20, 30 anos".

Segundo Kemp, a informação recebida foi de que, como foi a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Assembleia, que investiga a empresa, que pediu o bloqueio na Justiça, caberia, então, a casa de leis intermediar e resolver a situação.

Os parlamentares não descartam a possibilidade de a casa de leis retirar ação na Justiça, como forma de garantir o pagamento e trabalho dos trabalhadores. "Se for para preservar os empresas".

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