Com nova ameaça de invasão, produtores querem apressar venda da Buriti
Com a ameaça de novas invasões da Reserva Indígena Buriti, em Sidrolândia, a 71 quilômetros de Campo Grande, os produtores rurais correm contra o tempo e apostam na venda das propriedades envolvidas no conflito.
O intuito é fechar o negócio antes que novas fazendas sejam ocupadas. “Estamos em processo avançado, a avaliação das áreas foi concluída e a grande maioria dos proprietários é favorável a transação”, diz o presidente da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS), Eduardo Riedel. O representante dos produtores descarta, ainda, abandonar a mesa de negociações.
A data limite imposta pelo Ministério da Justiça para fechar acordo é 30 de junho deste ano. A morte do indígena Oziel Gabriel completa um ano no dia 30 de maio deste ano. No dia 29, representantes do governo do Estado e dos produtores vão à Brasília.
O laudo, encomendado pelos produtores depois que o da Funai e do Incra levantou questionamentos, avaliou 12 mil dos 15 mil hectares da Buriti em R$ 124 milhões. As demais áreas foram avaliadas em estudos paralelos ou os proprietários já rejeitaram a venda.
Os indígenas sinalizaram invadir a fazenda Água Clara, do espólio de Afrânio Pereira Martins, umas das poucas propriedades da Buriti atualmente desocupadas.
“Agora, até fecharmos o acordo, cabe ao governo federal reagir a esse tipo de ameaça, e deixar claro que não vai ceder a esse ato criminoso”, finaliza Riedel.