Dengue dá trégua e temor das autoridades é com a chikungunya
Houve aumento de 46 casos notificados da doença em 2017, com 101 confirmações em todo estado.
A dengue pode até ter dado uma “trégua” para Mato Grosso do Sul em 2017, entretanto, o histórico epidemiológico da doença - que atinge as cidades a cada 3 anos - e o aumento dos casos de chikungunya no estado, alertam: a inércia da população pode trazer o mal de volta e com força total.
Boletim epidemiológico da Secretaria Estadual de Saúde apontou que no ano passado registrado o menor índice de casos de dengue desde 2010. Até 23 de dezembro, foram 6.201 notificações.
Mas, por outro lado, só cresce o número de casos de chikungunya. Foram 463 notificações em 2016 e 509 em 2017. Do total, foram 22 confirmações em 2016 e preocupantes 101 resultados positivos em 2017.
“É uma doença complexa, que pode deixar uma pessoa acamada por até 2 anos, totalmente dependente. O paciente pode vir a óbito e ter sérias consequências, como até mesmo a depressão, que mata. No estado, a preocupação é em Corumbá, por ser região fronteiriça”, explica o coordenador estadual de controle de vetores , Mauro Lúcio Rosário.
“Nunca deixamos de fazer nosso trabalho, com visitas domiciliares, controle químico, busca ativa, monitoramento em pontos críticos, com foco em educação e saúde. Mas se a população não cuidar, toda essa ação será em vão.
Triênio - Em 2010, de acordo com relatório da Secretaria de Saúde, foram 82.597 casos, em 2011 total de 15.506 e em 2012, 16.506 notificações. Maior registro de casos foi feito em 2013, com 102.026. Já em 2014 foram 9.256 notificações, em 2015 total de 46.070 e em 2016, nova epidemia, 59.874 casos.
O coordenador de controle de endemias vetoriais da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), Eliasze Guimarães, afirma que a preocupação não é tanto com a dengue neste verão, mas com o que a inércia da população pode trazer como consequência para a passagem de 2018 para 2019.
“Estamos até certo ponto confiantes de que não teremos problemas mais sérios em relação à dengue neste verão, mas as pessoas, infelizmente, estão descuidadas. Prova disso é o alto índice de infestação do aedes aegypti nos imóveis da cidade”, afirma.
De acordo com Eliasze, a população ficou em alerta em 2016, devido ao surgimento da zika, da chikungunya e da microcefalia.
“Mas agora o assunto, de forma geral, caiu no esquecimento. O risco da epidemia voltar é significativo se não houver o combate ao mosquito”, avalia.