Fórum dos Servidores rejeita reajuste e espera nova proposta até dia 25
Entidade quer aumento de 7,45% e diz que servidores podem entrar em greve
O Fórum dos Servidores, que representa 40 mil funcionários de 40 categorias, rejeitou o reajuste de 2,94%, considerado “absurdo”, e dá prazo até o dia 25 para uma contraproposta do governo do Estado.
Caso contrário, pode começar uma greve. A data limite foi escolhida por ser o retorno das férias dos professores, categoria que já sinalizou cruzar os braços a partir do dia 25 de julho. O fórum quer aumento de 7,45%.
De acordo com o coordenador-geral do grupo, Fabiano Reis, os próximos passos serão manifestações em locais públicos. O fórum também cobra que a administração estadual detalhe o destino de R$ 2,7 bilhões.
Sendo 1,4 bilhão de depósitos judiciais, R$ 81 milhões da repatriação, R$ 52 milhões das multas decorrentes da repatriação, R$ 1 milhão da moratória da renegociação da dívida com o governo federal, R$ 100 milhões de recursos aplicados no Banco Rural e R$ 60 milhões referentes às compensações de exportações.
Os sindicalistas fizeram reunião na manhã de hoje (dia 10) em frente à Governadoria, no Parque dos Poderes, em Campo Grande.
O secretário especial da Segov (Secretaria de Governo), Jader Julianelli, afirma que a pasta fez a proposta, mas quem se pronuncia sobre a decisão é a SAD (Secretaria Estadual de Administração e Desburocratização). A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa do governo e aguarda retorno.
Parcelamento - A possibilidade de parcelar salários, aventada pelo governo do Estado no último sábado (dia 8), é avaliada como manobra pelos servidores.
“O governo tem que se decidir se está bem ou mal das finanças, já que passa para a população que é um Estado de gestão, com as contas em dia, enquanto passa para os servidores que a situação financeira é difícil. É estratégia de negociação, justamente no momento em que se negocia o reajuste salarial”, afirma Fabiano Reis.
Para André Santiago, um dos coordenadores do grupo de servidores, a possibilidade de escalonar os salários pode desmobilizar as categorias. “Quer amedrontar o servidor para que aceite o reajuste proposto”, diz.
Com o sinal amarelo aceso, o governo do Estado garante manter o índice de aumento de 2,94% para o funcionalismo público, mas, apesar do aparente contrassenso, já admite a possibilidade de parcelar os salários dos 73 mil servidores ativos e inativos.
A folha do próximo mês será fechada entre 18 e 20 de julho e, a partir do dinheiro disponível em caixa, a administração vai decidir se o pagamento será escalonado e o modelo. O custo da folha bruta é de R$ 480 milhões.