Governo confirma corte no ponto de professor que faltou para protestar
Manifestação contra a reforma da Previdência mobilizou servidores da educação nesta quarta-feira
Professores da rede pública estadual de ensino de Mato Grosso do Sul que protestaram contra a reforma da Previdência, nesta quarta-feira (15), e portanto não compareceram às salas de aula, terão o dia não trabalhado descontado na folha de ponto. A confirmação foi dada nesta tarde pela SED (Secretaria de Estado de Educação).
A decisão, divulgada pelo Governo do Estado, mantém o que havia sido prometido pelo governador, Reinaldo Azambuja (PSDB), que no dia 9 de março havia anunciado o corte no ponto. "Não vamos abrir mão disso. Já disse a Fetems [Federação dos Trabalhadores em Educação] que tem outros meios de se manifestarem sem prejudicar os alunos”, disse ele, na ocasião.
A secretaria informou que ainda não há levantamento de quantos professores aderiram à manifestação. Hoje, são 12 mil profissionais da educação concursados, enquanto outros 8 mil são comissionados, totalizando 20 mil na rede estadual.
Em todo o Estado, são cerca de 500 mil estudantes em todo o sistema público de ensino, incluindo as redes municipais. Em torno de 270 mil são da rede estadual.
Em Mato Grosso do Sul, apenas as escolas Amélio de Carvalho Baís, Lúcia Martins Coelho, Luísa Vidal Borges Daniel, CEEJA Ignês de Lamônica Guimarães e Coração de Maria tiveram aulas normalmente. Na escola Advogado Demonsthenes Martins, as aulas foram interrompidas apenas no período da manhã. Ambas ficam em Campo Grande.
Protestos - Os protestos contra a reforma da Previdência ocorrem em todo o país nesta quarta-feira. Na capital sul-mato-grossense, os atos começaram às 8h, com 600 pessoas em frente à ACP (Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública).
O número passou para cerca de 2 mil manifestantes às 8h30, e representantes da associação estimam que 10 mil trabalhadores foram às ruas do centro da Capital. A Polícia Militar não divulgou estimativa de público.
Os protestantes se dispersaram pouco depois das 10h30, quando um grupo, estimado em 600 pessoas, foi para frente do condomínio Damha, na região leste da cidade, onde mora o deputado federal Carlos Marun (PMDB-MS), relator da reforma previdenciária na Câmara dos Deputados.
Estima-se que representantes de mais de 200 movimentos sociais fiquem acampados em uma área pública em frente ao condomínio até domingo (19), quando nova assembléia será realizada na ACP para decidir a continuidade das manifestações.