Índios protestam contra impunidade e pedem reabertura de investigação
Cerca de 150 indígenas e integrantes dos movimentos sociais protestaram, na tarde de hoje (30), contra a impunidade pela morte do índio Oziel Gabriel, 35 anos, durante a reintegração de posse da Fazenda Buriti, em Sidrolândia, a 70 quilômetros da Capital. Eles fizeram passeata pelas ruas centrais e um ato público em frente da Superintendência da Polícia Federal.
O ato começou na Praça do Rádio e contou com a presença de terenas de Sidrolândia, que lutam pela ampliação da reserva de 2 mil para 17 mil hectares. Após a concentração, o grupo saiu em passeata com cartazes e faixas pela Avenida Afonso Pena e pelas ruas 14 de Julho, Marechal Rondon e 13 de Maio, no Centro.
Na Praça Ary Coelho, eles encerraram a primeira parte e depois seguiram em comboio até a Polícia Federal, na Vila Sobrinho, para entregar um documento e pedir a reabertura da investigação da morte de Oziel.
“A impunidade ainda está entalada na garganta”, afirmou o indígena Diones Gabriel, 30, irmão de Oziel. A revolta ocorre porque a PF concluiu a investigação sem identificar de onde partiu o tiro que matou Oziel durante a reintegração de posse da área em 30 de maio do ano passado.
Os índios querem a demarcação da área e Justiça. A presidente da República, Dilma Rousseff (PT) autorizou o enviou de tropas federais ao Estado e determinou a agilização na solução do conflito na região.
No entanto, o Governo federal pretende pagar R$ 78 milhões pelas terras, mas os produtores exigem, pelo menos, R$ 124 milhões. O impasse deve ser solucionado até 30 de junho deste ano, segundo a última promessa feita pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. No entanto, os índios estão revoltados e querem uma solução imediata para o problema.