Índios protestam contra saída de ONG que atua na contratação de mão de obra
Funcionários de quatro postos paralisaram os atendimentos e ameaçam fechar a MS-156
Funcionários de quatro postos de saúde localizados nas aldeias Jaguapiru e Bororó e um na aldeia Panambizinho em Dourados, a 346 km de Campo Grande, paralisaram os atendimentos nesta quinta-feira (07). O protesto é justificado por alterações e exigências de um edital nacional, que impossibilita a concorrência da ‘ONG Missão Caiuá’ que atua há 18 anos em Mato Grosso do Sul, principalmente, na contratação da mão de obra na área da saúde indígena.
Ao Campo Grande News, o presidente do Condisi (Conselho Distrital de Saúde Indígena) em Dourados, Leoson Mariano Silva explica que o novo edital foi publicado em razão de problemas com empresas no país, mas que alterações e novas exigências tiram a ONG que atua no Estado da concorrência.
“Queremos chamar a atenção da Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena). Não somos contra o edital, mas ele foi mexido. Todas as alterações impossibilitam a participação da ONG nesse chamamento”, declarou.
“A Missão trabalha no Estado há 18 anos e não tem tido problema nenhum. Como a comissão estaria indo à Brasília, decidimos suspender o atendimento nos postos de saúde hoje. Como em Dourados, a mídia está mais próxima, não fechamos a rodovia de imediato, mas em outros locais, onde a chegada da mídia é mais complicada, Amambai, Tacuru e outros, o protesto seguiu para as rodovias”, prosseguiu Leoson Silva.
Nesta quarta-feira (7), Leoson e uma equipe de indígenas representantes da Condisi de diferentes cidades de MS estão em agenda em Brasília. Amanhã (8), indígenas estarão reunidos nas 14 bases da Condisi em Mato Grosso do Sul. A previsão é que não aconteça atendimento na saúde indígena no Estado e cada polo organizará suas manifestações.