Instabilidade no Sigo dificulta registro de ocorrências nas delegacias
Reunião foi feita nesta tarde para identificar problemas
Em operação desde 2006 com a intenção de agilizar e integrar o trabalho das forças de segurança pública do Estado, o Sigo (Sistema Integrado de Gestão Operacional) “tem dado dor de cabeça” para muita gente. O motivo é que ele não está funcionando como deveria, prejudicando principalmente quem precisa comunicar um crime à Polícia.
É que desde que entrou em operação as ocorrências policiais são registradas somente no sistema. E quando ele está “fora do ar”, como tem acontecido mais constantemente nas últimas três semanas, muita coisa deixa de ser oficialmente comunicada à Polícia.
Várias pessoas que procuraram a Polícia voltaram para casa sem fazer o registro oficial ou ficou esperando horas para fazê-lo. A diarista Meire Maria dos Santos, 36 anos, chegou à delegacia às 9 horas de hoje e até as 12 horas não tinha conseguido fazer um boletim de ocorrência.
“Não posso ir para casa e depois voltar aqui e amanhã trabalho. Por isso tenho que esperar”, diz. Ela conta que presenciou muita gente desistindo de fazer o registro. “Isso aqui estava lotado mais cedo, as pessoas foram desistindo e indo embora”.
Na 2ª Delegacia de Polícia da Capital, pelo menos dez pessoas desistiram de registrar boletins de ocorrência e deixaram o local praticamente vazio por volta das 16h. Alguns se arriscavam a esperar, mas depois de uma hora desistiam.
Pela terceira vez em vinte dias o pintor Adriano Antônio, de 29 anos, procurou a delegacia nesta tarde na tentativa de registrar o extravio dos documentos de sua motocicleta. “Faz tempo que está fora do sistema, é complicado”, observa.
Ele conta que já foi em várias unidades e em dias diferentes, mas não obteve êxito. A falta do boletim de ocorrência impede que ele tire novos documentos, o que faz com que transite de modo irregular. “Se tivesse de moto ontem na Afonso Pena, ela teria ficado e eu iria preso porque não tenho documentos”, declara.
A funcionária pública Maria Aparecida Tomas da Silva, de 42 anos, teve que esperar quase três horas para conseguir prestar uma declaração nesta tarde, após ser intimada. Isso porque era necessário fazer uma busca no sistema para saber qual era o seu caso.
A assessoria de imprensa da Polícia Civil informou que as ocorrências não podem deixar de ser registradas quando o Sigo estiver “fora do ar”. A alternativa é colocar as informações no Word, por exemplo, e depois repassá-las ao sistema, oficializando o caso.
A assessoria informou ainda que a população pode utilizar a Delegacia Virtual para registros de extravios, desaparecimentos de pessoas, furtos simples e também para denúncias. Segundo a assessoria, mesmo quando o Sigo não está funcionando providências preliminares em relação às ocorrências devem ser tomadas pelos policiais quando o caso requerer.
A justificativa para as constantes “paradas” do Sigo é que o sistema está em manutenção para atualização dos servidores e que, até quarta-feira, não haverá mais problemas.
Melhorias - Reunião com representantes da Superintendência de Gestão da Informação, do suporte técnico da DGPC (Diretoria Geral de Polícia Civil) e da empresa que fez o sistema foi realizada hoje para tratar das dificuldades que vêm sendo registradas no Sigo.
Uma atualização em suas ferramentas irá suspender novamente o funcionamento do sistema das 17h às 21h desta segunda-feira, na tentativa de melhorar seu funcionamento.
Segundo informado pela Polícia, os técnicos procuram a causa dos problemas no sistema e à medida que vão encontrando erros, dão início à manutenção, como a que ocorre nesta tarde.
Outras interrupções devem ocorrer nos próximos dias. podem ser feitas e a Polícia espera que na próxima semana já seja possível sentir as melhorias, que serão “gradativas”.