Instituto Butantan espera ter vacina contra zika vírus em até 5 anos
O ministro da Saúde, Marcelo Castro, anunciou nesta sexta-feira (15) que sua pasta vai dar apoio para que o Instituto Butantan desenvolva uma vacina contra a zika "em tempo recorde", após reunião na entidade, em São Paulo, que discutiu parcerias internacionais para a produção da vacina.
Diante da urgência da situação, o diretor do instituto, Jorge Kalil, calcula que o tempo recorde para que o instituto comece a realizar os primeiros testes em macacos é de um ano e que a vacina pode ser registrada em 3 a 5 anos.
"Se nós conseguirmos cortar todos os espaços, em três anos talvez a gente possa ter alguma coisa. Em vias normais, com algum atraso que eu possa ter, nós falamos em cinco anos. Isso em termos bastante rápidos", disse Kalil.
Desde o início do monitoramento de casos de microcefalia no Brasil, foram registrados 3.530 casos suspeitos da malformação possivelmente ligados ao zika vírus em recém-nascidos. O dado foi divulgado pelo Ministério da Saúde nesta terça-feira (12) em novo informe epidemiológico.
No entanto, o diretor fez a ressalva de que ainda há uma série de dúvidas científicas quanto ao vírus e que, normalmente, uma vacina leva de 10 a 12 anos para ser desenvolvida. "É muito difícil precisar tempo quando a gente faz ciência, porque se soubéssemos a resposta não precisava fazer experimentação", disse.
O instituto já estuda o zika e espera produzir a vacina a partir do vírus da dengue atenuado, que é trabalhado atualmente na vacina contra a dengue. Nele será inserido o gene que codifica para a proteína do zika. Este processo evita o tempo maior que demoraria para atenuar o próprio vírus zika. A entidade também espera passar mais rapidamente pelos entraves burocráticos, que segundo Kalil "sempre vão existir".