Acusada de tramar assassinato de médico deve depor nesta quinta-feira
Bruna Nathalia de Paiva está presa em Dourados apontada como mandante do assassinato de Gabriel Rossi
Bruna Nathalia de Paiva, 28, acusada de tramar o assassinato do médico Gabriel Paschoal Rossi, 29, ainda não foi ouvida pela Polícia Civil. Presa segunda-feira (7) em Pará de Minas (MG) e trazida para Mato Grosso do Sul, ela está na carceragem da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) de Dourados, a 251 km de Campo Grande.
Na terça-feira, após ouvir o depoimento dos outros três acusados, o delegado do caso, Erasmo Cubas, informou que Bruna seria ouvida ontem, o que não aconteceu. A expectativa é que o interrogatório aconteça hoje.
Gustavo Kenedi Teixeira, 26, Keven Rangel Barbosa, 21, e Guilherme Augusto Santana, 34, confessaram serem os autores materiais do assassinato e afirmaram que praticaram o crime a mando de Bruna.
Segundo o delegado, os três deram versões semelhantes, de que a mulher os contratou por R$ 50 mil cada um para virem de Minas Gerais a Dourados, matar o médico e pegar o celular dele. O motivo seria desacerto entre Gabriel e Bruna relacionado a dinheiro oriundo de estelionato.
Os dois seriam integrantes de organização criminosa especializada em golpes através de cartões de crédito e contra o INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social). Inicialmente, Erasmo Cubas disse que o médico cobrava R$ 500 mil em valores a receber de Bruna, mas depois afirmou que o valor ainda precisava ser confirmado.
O caso – Natural de Santa Cruz do Sul (RS), Gabriel se formou em medicina na UFGD em março deste ano e começou a trabalhar em unidades de saúde da cidade. No dia 27 de julho, após um plantão, ele desapareceu.
No dia seguinte, o médico não foi trabalhar no hospital onde cumpriria novo plantão e também não apareceu na unidade onde trabalharia no sábado (29). Preocupados, colegas mandaram mensagens pelo aplicativo WhatsApp.
Pessoa que usava o celular se passou por Gabriel e respondeu que estava sofrendo ameaça de morte e que precisava ficar sumido por alguns dias. Segundo a polícia, era Bruna de Paiva que estava respondendo às mensagens, para criar fatos e despistar a polícia.
Ela havia se apossado do celular de Gabriel para apagar provas que as ligariam ao estelionato e levou o aparelho para Minas Gerais. A polícia chegou a rastrear o uso do telefone no estado mineiro no domingo, mas quando os quatro foram presos, na segunda, o celular não foi mais localizado.
O corpo de Gabriel foi encontrado na manhã de 3 de agosto – uma semana após o desaparecimento – em uma casa de aluguel por temporada na Vila Hilda, região sul da cidade. Ele foi torturado e estrangulado e estava com os pés e mãos amarrados.
A perícia indicou que a morte ocorreu entre três e quatro dias antes de o corpo ser encontrado. Isso significa que o rapaz ficou agonizou por pelo menos 48 horas antes de morrer.
Os três homens presos confessaram a autoria material do assassinato. Atraído para a casa na Vila Hilda, o médico foi rendido sob a mira de duas pistolas de airsoft (réplica de arma de fogo de verdade), compradas pelo grupo em Pedro Juan Caballero, no Paraguai.
Após estrangularem o médico e pegarem o celular dele, os três voltaram para outra casa alugada por Bruna em Dourados, na Rua Monte Alegre, de onde fugiram para Campo Grande e na Capital embarcaram em voo para Belo Horizonte. Dez dias depois, foram presos em Pará de Minas por policiais civis e policiais rodoviários federais de Dourados.
As duas casas teriam sido alugadas por Bruna através de aplicativo. A da Monte Alegre, onde ela permaneceu durante o crime, foi locada por um dia. Na outra, onde o médico foi morto, a locação foi por 15 dias.
A intenção dela era deixar a casa reservada nesse tempo, para dificultar a localização do corpo, que só foi encontrado em menos tempo porque a vizinha desconfiou do carro de Gabriel parado por tantos dias na calçada e após sentir mau cheiro e perceber concentração de moscas na casa a lado.
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