Com aplausos, colegas se despedem de médico assassinado em Dourados
Funcionários da UPA soltaram balões e na frente do Imol bateram palmas quando carro saiu com corpo
Colegas de trabalho do médico Gabriel Paschoal Rossi, 29, assassinado em Dourados (a 251 km de Campo Grande), fizeram homenagens ao rapaz nesta sexta-feira (4). Funcionários da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) soltaram balões brancos, plantaram uma árvore e como última despedida aplaudiram o momento em que o caixão saiu do Instituto de Medicina e Odontologia Legal (veja o vídeo acima).
O caixão com o corpo do médico está sendo levado para Santa Cruz do Sul, cidade a 1.125 km de Dourados e a 154 de Porto Alegre (RS). A chegada ao destino está prevista para o início da manhã deste sábado e o velório deve durar apenas duas horas, segundo decisão da família.
Formado pela UFGD em março deste ano, Gabriel Rossi trabalhava em três hospitais e na UPA de Dourados, de onde saiu do plantão na sexta-feira (28) e não foi mais visto. Amigos e colegas de trabalho conseguiram falar com ele através do aplicativo WhatsApp até sábado (29). A polícia investiga se outra pessoa estava usando o celular, se passado por Gabriel.
O médico foi assassinado em uma casa de temporada na Rua Clemente Rojas, na Vila Hilda, na região sul de Dourados. O corpo foi encontrado ontem de manhã sobre a cama. Ele usava jaleco de trabalho e estava com as mãos e pés amarrados. O carro dele, um HB20, estava estacionado na calçada. Vizinhos afirmaram que o veículo estava ali há vários dias.
Hoje de manhã, o delegado Erasmo Cubas, chefe do SIG (Setor de Investigações Gerais) da 1ª Delegacia de Polícia, informou que a causa da morte foi asfixia, provavelmente causada por estrangulamento.
A constatação ocorreu durante autopsia feita no Imol. Ainda segundo o delegado, também havia lesão no pescoço. Não foram encontradas outras lesões no corpo e a polícia ainda analisa as manchas de sangue encontradas no quarto onde ocorreu o assassinato.
As investigações seguem em andamento. A polícia investiga também se os assassinos se passaram pelo médico em conversas através do WhatsApp. Chegaram até a tentar conseguir dinheiro de familiares dele no Rio Grande do Sul.
Ao jornal Gazeta, de Santa Cruz do Sul, o primo de Gabriel disse que certamente as últimas mensagens trocadas pelo WhatsApp do médico não foram efetivamente com ele.
“Alguém estava usando o celular dele e pedindo dinheiro. Domingo pediu R$ 12 mil, porque supostamente precisava pagar um notebook. Desconfiamos e perguntamos se era ele mesmo, e ele disse que sim. Pedimos uma foto e não respondeu mais”, disse Jonas Machado, 42. Ainda segundo o jornal gaúcho, Gabriel não tem mais pais e foi criado pelos tios, sogros de Jonas.
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