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Interior

Após 20 dias, fronteira com a Bolívia abre parcialmente

Caminhões e carretas de cargas continuam impedidas de trafegar na divisa dos países, em Corumbá

Gabriela Couto | 11/11/2022 11:15
Apenas veículos de passeio podem transitar na fronteira entre o Brasil e a Bolívia, das 4h às 9h. (Foto: Direto das Ruas)
Apenas veículos de passeio podem transitar na fronteira entre o Brasil e a Bolívia, das 4h às 9h. (Foto: Direto das Ruas)

Por algumas horas, carros de passeio puderam cruzar a linha internacional entre Brasil e Bolívia, em Corumbá, nesta quinta-feira (10). A fronteira está fechada há 20 dias e continua impedindo o tráfego de caminhões e carretas de cargas.

A liberação parcial ocorrerá das 4h às 9h, conforme decisão dos Comitês Cívicos. Depois deste horário, a passagem entre os dois países só será feita a pé. A greve do departamento de Santa Cruz de la Sierra é uma forma dos bolivianos protestarem para que o Censo Demográfico seja realizado em 2023.

No entanto o governo do país vizinho só pretende realizar o serviço em 2024, na véspera do ano eleitoral para presidente. Desde 2012 o levantamento de dados da população boliviana não é feito. Naquele ano foram confirmados 2 milhões de habitantes em Santa Cruz de la Sierra. De lá para cá a realidade está bem diferente e o Censo é fundamental para ter números que baseiam políticas públicas.

Os Comitês Cívicas permitiram desde o início da mobilização que pessoas com consultas médicas agendadas e ambulâncias terão acesso livre para cruzar a fronteira. Com os caminhões impedidos de transitar na linha internacional, os prejuízos nas exportações e importações para os dois países nestes 20 dias de bloqueio já somam R$ 900 milhões, conforme a Receita Federal.

Vale destacar que o comércio corumbaense também está sendo prejudicado, já que a alta do dólar e a desvalorização do real era um atrativo para os consumidores bolivianos no Brasil.

A mobilização chamada de Paro Cívico chega nesta sexta-feira (11) ao total de 21 dias de greve geral, o que é considerado um marco para os bolivianos. Este foi o mesmo período das manifestações de 2019 que ficaram conhecidas como “21 dias de Paro” e resultaram na queda do ex-presidente, Evo Morales, que renunciou ao cargo.

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