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Interior

Após 6 meses, Justiça ouve integrante de quadrilha que atacou carro-forte

Durante buscas pelos envolvidos no crime, cinco assaltantes foram mortos em troca de tiros. Entre eles Zé de Lessa

Geisy Garnes | 25/06/2020 16:01
Audiência aconteceu por videoconferência. Ao todo, foram ouvidas 21 testemunhas (Foto: Divulgação)
Audiência aconteceu por videoconferência. Ao todo, foram ouvidas 21 testemunhas (Foto: Divulgação)

A justiça ouviu nesta quarta-feira (24) Alcindo Oliveira Coinete, funcionário da prefeitura de Coronel Sapucaia apontado como integrante da quadrilha responsável pela tentativa de assalto ao carro-forte da empresa Brink’s, em dezembro do ano passado, na fronteira de Mato Grosso do Sul com Paraguai. Outros cinco envolvidos no crime acabaram mortos em troca de tiros com a polícia, entre eles José Francisco Lumes, o Zé de Lessa, líder e criador do grupo criminoso de maior atuação na Bahia, o BDM (Bonde do Maluco).

Conforme divulgado pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, Alcindo responde por tentativa de roubo ao carro-forte, o roubo de um carro e bens pessoais de duas pessoas – como notebooks, carteiras com documentos e malas com roupas – sequestro e cárcere privado de um caminhoneiro, porte ilegal de arma de uso restrito e organização criminosa.

Três audiências sobre o caso foram realizadas na Vara Criminal da comarca de Amambai – a 360 quilômetros de Campo Grande – em 30 de janeiro, 27 de maio e ontem, 24 de julho. Ao todo, a juíza Thielly Dias de Alencar Pithan e Silva ouviu 21 testemunhas. Alcindo foi o último a prestar depoimento, mais de seis meses após a tentativa de roubo.

Desde o crime, ele está no estabelecimento penal de Amambai e nesta quarta-feira foi ouvido por videoconferência. Com o fim das audiências sobre o caso, a justiça espera o cumprimento de algumas diligências pedidas pelas partes, para então abrir prazo de apresentação das alegações finais. Só depois disso, será proferida a sentença.

Marcas provocadas por explosivos na porta do carro-forte; blindado resistiu e frustrou assalto (Foto: Direto das Ruas)
Marcas provocadas por explosivos na porta do carro-forte; blindado resistiu e frustrou assalto (Foto: Direto das Ruas)

Entenda – O crime aconteceu no dia 2 de dezembro de 2019 na MS-156, rodovia que liga Amambai a Caarapó. Quatro integrantes do grupo, em um Jeep Renegade interceptaram o carro-forte. Com fuzis, renderam os funcionários da empresa, obrigaram eles a deitar no matagal as margens da pista e ainda abordaram um caminhoneiro que passava pelo local.

A ordem foi para o motorista fechar a pista e sair do caminhão. Em seguida tentaram explodir o carro-forte. Repetiram a ação duas vezes, ambas sem sucesso. O grupo então resolver ir embora, tentou usar o Jeep, mas uma falha mecânica impediu a fuga. O carro foi incendiado e o caminhoneiro sequestrado.

O homem foi forçado a dirigir para os bandidos e orientado a “fechar” o primeiro carro que encontrasse. O alvo foi um Citroën C4 branco, em que dois irmãos estavam. Os assaltantes deixaram o caminhão, roubaram o carro e seguiram a fuga sozinhos.

Caça aos suspeitos – Logo após o crime uma força-tarefa foi montada para identificar os suspeitos. Com as investigações, a polícia identificou o traficante baiano José Francisco Lumes, o Zé de Lessa, como mentor do assalto.

O bandido é apontado como o “Ás de Ouro” no baralho do crime feito pela Secretaria da Segurança Pública da Bahia. Foragido da justiça desde 2014, ele é indicado como líder e criador do BDM (Bonde do Maluco).

O grupo foi localizado na noite do dia seguinte em uma fazenda da área rural entre as cidades de Aral Moreira e Coronel Sapucaia. Pela manhã, com uma ordem judicial nas mãos, as equipes entraram na propriedade e foram recebidos a tiros pelos bandidos. Quatro morreram no confronto, entre eles Zé de Lessa.

Um quinto envolvido conseguiu fugir, mas foi localizado horas depois em meio à mata da região. Mais uma vez, houve troca de tiros e o assaltante acabou ferido. Chegou a ser socorrido, mas não resistiu. Com ele foram encontrados fuzis e uma metralhadora .50, que tem capacidade de perfurar carros-fortes e até aeronaves.

Também foram apreendidas em meio a mata duas escopetas, uma pistola e várias munições, que estavam junto com coletes a prova de balas usados pelos bandidos no assalto ao carro-forte.

Alcindo Oliveira Coinete foi o sexto integrante identificado. Funcionário da prefeitura de Coronel Sapucaia e proprietário da fazenda em que os assaltantes estavam escondidos, ele foi investigado por dar apoio logístico ao grupo e na época negou o crime.

José Francisco Lumes, o Zé de Lessa, foi identificado entre os quatro assaltantes mortos após ataque a carro-forte (Foto: Divulgação)
José Francisco Lumes, o Zé de Lessa, foi identificado entre os quatro assaltantes mortos após ataque a carro-forte (Foto: Divulgação)


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