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Interior

Após brasileiros lotarem hospital, Paraguai limita vacina aos grupos de risco

Chefe de imunização em Pedro Juan Caballero disse que solicitou mais doses ao governo paraguaio, para atender estrangeiros

Helio de Freitas, de Dourados | 19/05/2016 16:21
Pessoas fazem fila em hospital de Pedro Juan hoje à tarde, mas vacina agora só para paraguaios de grupos de risco (Foto: Karlos Bernardo)
Pessoas fazem fila em hospital de Pedro Juan hoje à tarde, mas vacina agora só para paraguaios de grupos de risco (Foto: Karlos Bernardo)
Dina Nuñes, chefe do serviço de imunização em Pedro Juan Caballero (Foto: Karlos Bernardo)
Dina Nuñes, chefe do serviço de imunização em Pedro Juan Caballero (Foto: Karlos Bernardo)

A grande procura de brasileiros pela vacina contra a gripe acabou com o estoque de doses em hospitais do Paraguai e na tarde desta quinta-feira (19) os estrangeiros deixaram de ser atendidos. Nas primeiras horas da manhã, alguns brasileiros que procuraram as unidades ainda foram vacinados no Hospital Regional de Pedro Juan Caballero, cidade separada apenas por uma rua de Ponta Porã, a 323 km de Campo Grande.

O Campo Grande News mostrou hoje que moradores de cidades sul-mato-grossenses, principalmente de Naviraí, estavam recorrendo ao país vizinho para tomar a vacina, disponibilizada de graça e para todas as idades. Entretanto, as doses acabaram rápido, o que obrigou o serviço de saúde do Paraguai a limitar a vacinação aos cidadãos de seu país que fazem parte dos grupos de risco.

Dina Nuñes, chefe do serviço de vacinação do Estado de Amambay, informou que até ontem (18), veículos lotados chegavam ao hospital com moradores de Mato Grosso do Sul à procura da vacina.

Sem fronteira – “Sabemos que para as doenças não existe fronteira. Recebemos 30 mil doses da vacina e começamos a imunizar todos que nos procuraram, mas o estoque quase zerou rapidamente e agora estamos vacinando apenas pessoas dos grupos de risco que apresentem carteira de identidade do Paraguai”, afirmou ela.

Além de crianças, idosos acima de 60 anos, pessoas com doenças crônicas, índios e profissionais de saúde, o Paraguai considera integrantes dos grupos de risco os policiais, professores, mães de crianças menores de seis meses e jornalistas.

Dina Nuñes disse que já solicitou às autoridades paraguaias uma nova remessa de doses, para poder atender os demais moradores de Pedro Juan Caballero e os estrangeiros. A população das duas cidades ultrapassa a 240 mil pessoas. Ela deve receber uma resposta até amanhã (20).

Estudantes de medicina – Em Pedro Juan Caballero, pelo menos sete mil brasileiros fazem curso de medicina em seis faculdades. Dina Nuñes disse que apenas os que estão no sexto ano do curso estão sendo vacinados contra a gripe, por terem contato direto com pacientes nos hospitais.

“Além da vacina, é importante que as pessoas façam a prevenção com cuidados básicos, como lavar as mãos e evitar locais fechados nesse período. A gripe neste momento é um problema em Mato Grosso do Sul, mas pode ser no Paraguai, em São Paulo, no Rio de Janeiro. Todos podem ajudar”, afirmou ela.

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