Após secretário cogitar lockdown, comércio fala de demissão em massa
Setor avalia que novo lockdown pode contribuir para que 600 trabalhadores sejam dispensados
Comerciantes de Guia Lopes da Laguna, distante 227 km de Campo Grande, temem demissão de pelo menos 600 trabalhadores, caso as regras de isolamento social, principal medida para conter à disseminação do coronavírus, fiquem mais rígidas.
O município tem 183 casos confirmados da covid-19 e foi o primeiro do Estado a adotar o “lockdown”, permitindo que os moradores saíssem de casa somente duas vezes por semana.
Durante a live desta segunda-feira (25), o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, falou em tomar medidas “mais duras” para tentar frear o avanço da doença em municípios como Guia Lopes da Laguna.
O comerciante Rodrigo da Silva Grubert afirma que um “lockdown mais rigoroso” vai afetar diretamente o setor. “São 600 pessoas ou mais que dependem do comércio diretamente”.
Segundo ele, houve uma reunião com o prefeito Jair Scapini (PSDB) nesta segunda-feira e o setor recebeu como resposta que “a princípio não tem a intenção de implantar o lockdown”, mesmo com a pressão do governo do Estado.
O comerciante avalia que os dez dias de fechamento obrigatório, com apenas estabelecimentos essenciais funcionando, não surtiram efeito. “Os casos aumentaram muito. Dentro do comércio não tem casos. Não resolveu nada. Ficamos dez dias fechados, sem ganhar nada”, disse.
Rodrigo avalia que o setor pode continuar funcionando dentro das medidas de segurança, disponibilizando álcool em gel e uso obrigatório de máscaras para clientes e funcionários.
Guia Lopes da Laguna foi o segundo município com maior número de casos registrados entre domingo e segunda-feira. Foram 21, atrás apenas dos 25 de Dourados. Também é o segundo em números absolutos de casos, 17,8% dos 1.023 casos confirmados até o momento no Estado.
O município é quem tem o maior índice de infestação da doença por 100 mil habitantes. com taxa de 1.849 casos. Para efeitos de comparação, Campo Grande tem taxa de 27,3 casos para cada 100 mil habitantes.