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Interior

Defesa de Artuzi deve explorar gravações que comprometem Passaia

Ítalo Milhomem | 02/03/2011 16:24

Documentos e áudios que o Campo Grande News teve acesso mostram que o jornalista Elandro Passaia, ex-secretário de governo de Dourados, começou as gravações bem antes de ser acionado pela Polícia Federal e a mando do ex-prefeito Ari Artuzi (sem partido) para que eles pudessem chantagear os desafetos políticos que recebiam propinas ou empresários que pagavam os famosos “retornos”.

Pela ordem cronológica e dos depoimentos contidos no inquérito 96/2010 da Polícia Federal, que resultou na operação “Uragano”, as gravações feitas pelo ex-secretário de governo começaram no início de junho, antes do primeiro depoimento de Passaia na PF, no dia 12 de julho.

O ex-secretário de Comunicação só teria assinado o termo de “delação premiada” no dia 26 de julho, quase dois meses após o início das investigações, que começaram no dia 01 de junho.

Na verdade, ao contrário do que Passaia sempre contou, o estopim para o escândalo foi denúncia de Alexandre Silva de Assis, ex-funcionário da empreiteira que realizava os serviços de tapa buraco. Ouça a conversa entre Passaia e Artuzi.

Outras gravações - Em outra conversa gravada ambientalmente entre Passaia e um funcionário de Artuzi, chamado de Sidnei, o ex-secretário confidencia que o superfaturamento tinha sido descoberto e denunciado para PF por um ex-funcionário da empreiteira.

Passaia explica para Sidnei que eles iriam se reunir com os donos da empreiteira para “falar a mesma língua” nos depoimentos, pois os representantes da prefeitura e da construtora já que tinham sido oficiados para serem ouvidos na Polícia Federal.

Sidnei responde a Passaia, que os dois estão a um passo de serem presos pelos crimes cometidos.

O ex-secretário foi procurado pelo Campo Grande News, via telefone celular, mas não atendeu as ligações.

Errata

A reportagem tinha colocado que Sidlei Alves, ex-presidente da Câmara de Dourados, estava neste último diálogo com Eleandro Passaia, quando na verdade era Sidnei, ex-funcionário de Artuzi.

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