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Interior

Assassino que executou mãe e filha a tiros é preso em abordagem na fronteira

Com ele, a polícia paraguaia encontrou uma pistola nove milímetros; prisão aconteceu 8 meses após mortes

Clayton Neves e Helio de Freitas, de Dourados | 29/01/2022 21:26
Autor de duplo feminicídio, Antônio Cavalheiro Soares em única foto conhecida (Foto: Arquivo)
Autor de duplo feminicídio, Antônio Cavalheiro Soares em única foto conhecida (Foto: Arquivo)

Acusado de executar a tiros a ex-mulher Naila Vitória Rodrigues, de 20 anos, e a mãe dela, Erika Rodrigues Salomão, de 39, Antônio César Cavalheiro Soares foi preso na noite deste sábado (29), em Pedro Juan Caballero, na fronteira com Ponta Porã. Com ele, a polícia paraguaia encontrou uma pistola nove milímetros.

A prisão aconteceu oito meses após os assassinatos, ocorridos no dia 4 de maio de 2021.

Informações repassadas pela polícia são de que o criminoso foi abordado por agentes próximo a uma base de segurança. Ele ficou nervoso com a aproximação dos policiais e acabou levantando desconfiança. Após vistoria, foi identificado que ele estava foragido pela morte de mãe e filha. Antônio César foi preso em flagrante e levado para a delegacia de Pedro Juan Caballero.

Na semana passada, fontes ouvidas pelo Campo Grande News informaram que o criminoso teria se refugiado na região de Cerro Corá, a 38 quilômetros da linha internacional.

Antônio teria lavouras de maconha nos arredores do Parque Nacional Cerro Corá, onde se refugiou após matar a ex-sogra e a ex-mulher, com quem tinha um filho de cinco meses.

O crime – Naila Vitória Rodrigues foi executada a tiros de pistola 9 milímetros quando chegava ao Hospital Regional de Ponta Porã, onde trabalhava. Alvejada ainda sobre a moto, ela caiu e morreu na calçada.

Sem se preocupar em esconder o rosto, Antônio chegou ao local em um carro da Toyota e cometeu o crime na frente das pessoas que passavam pela rua. Dali, ele foi até a Vila Maria Auxiliadora, a mil metros de distância, e matou a ex-sogra enquanto ela trabalhava no setor de frutas e verduras da loja 2 do Supermercado Sol.

Antônio usou outra arma para executar Erika, já que não foram encontradas cápsulas deflagradas, ao contrário do ocorrido no local da morte de Naila.

A polícia apreendeu imagens de câmeras do mercado mostrando a execução. O carro usado nos crimes também foi apreendido depois de ser encontrado abandonado na casa de outra ex de Antônio. Ele teria fugido de moto.

Naila e a mãe foram mortas 35 dias após a jovem deixar Antônio. O casal morava em Pedro Juan Caballero, cidade separada de Ponta Porã apenas por uma rua. Depois de ser chutada, ameaçada e levar cusparada no rosto do ex-companheiro, ela o deixou e foi morar com a mãe no lado brasileiro da fronteira.

No dia em que a mulher saiu de casa, Antônio prometeu que iria matá-la se ela o deixasse e se o denunciasse à polícia. Naila procurou a Polícia Militar em Ponta Porã para denunciar as agressões do dia 1º de abril, mas não seguiu a orientação dos PMs de comunicar o caso também à Polícia Civil e à Polícia Nacional, pois a violência doméstica havia ocorrido em território paraguaio.

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