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Interior

Ataque na fronteira matou dois paraguaios e deixou um brasileiro ferido

Denominados "Justicieros" passaram de camionete e atiraram contra as vítimas várias vezes

Nyelder Rodrigues e Helio de Freitas, de Dourados | 24/08/2021 23:34
Cartaz deixado pelos "justiceiros" ao lado dos dois mortos pelos disparos; autores fugiram em camionete.
Cartaz deixado pelos "justiceiros" ao lado dos dois mortos pelos disparos; autores fugiram em camionete.

Foi identificado como Derlis Alen Mendosa, paraguaio de 23 anos, a segunda vítima morta em ataque com cerca de 50 disparos de pistola 9 mm nesta noite de terça-feira (24), em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia e fronteiriça com Ponta Porã - esta localizada a 323 km de Campo Grande, no sul do Estado.

Guido Villaba Aquino, a outra vítima morta, tinha 27 anos e também é paraguaio, assim como os feridos Gustavo Villalba Aquino, de 17 anos e irmão de Guido, e Roman Vicente Marin, de 61 anos. Eles foram para o Hospital Regional de Pedro Juan Caballero, após serem atingidos pelos disparos.

Por ora, não há detalhes de como ocorreu o ataque, nem se os alvos tinham algum envolvimento com o crime na fronteira. O que se sabe até aqui, é que os atiradores deixaram um cartaz escrito "Justiciero No Robar P.J.C.", estavam em uma Volkswagen Amarok e fugiram do local logo após o ataque.

A terceira vítima que ficou ferida no incidente é o brasileiro Paulo César Pavão, de 36 anos. Ele também foi levado para o Regional de Pedro Juan, onde recebeu atenção médica ao lado dos paraguaios, que também foram baleados.

Não há informações sobre o estado de saúde de nenhum deles até o momento. O ataque ocorreu no Bairro San Juan Neumann e, por causa do cartaz escrito a mão deixado ao lado das vítimas, se atribuiu ao grupo "Justicieiros de la Frontera", que no submundo da fronteira, rivaliza com os Guardiões.

Local onde aconteceu o crime; curiosos se amontoaram, além de autoridades policias do Paraguai.
Local onde aconteceu o crime; curiosos se amontoaram, além de autoridades policias do Paraguai.

Desde a morte de Jorge Rafaat, em junho de 2016, que chamou a atenção pelo aparato de guerra usado para executar o então chefe do crime na fronteira, a região entrou em colapso e, até o momento, não foi estabelecido um poder dominante ali.

PCC (Primeiro Comando da Capital) e forças locais disputam o controle do crime organizado na região, em uma espécie de estado paralelo montado há décadas ali e que persiste até hoje, sendo essencial rota de entrada de drogas, armas e contrabandos diversos no Brasil, alimentando o crime nos grandes centros.

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