Em bilhete, "justiceiros da fronteira" mandam recado para suspeito de roubo
Polícia investiga o caso e tenta localizar a vítima após mortes atribuídas a grupo de extermínio
Bilhete deixado nesta segunda-feira (2) em uma rádio de Pedro Juan Caballero, na fronteira com Ponta Porã, aumentou ainda mais o clima de tensão na linha de fronteira do Brasil e Paraguai, que há dias registra mortes sangrentas assinadas pelo crime organizado. Desta vez, recado dos “justiceiros da fronteira” faz ameaça direta a um homem acusado de roubo.
Segundo testemunhas, o bilhete foi jogado na cabine de uma caminhonete e entregue a um funcionário da rádio. Na anotação foi anexada a foto e o nome do alvo, além de um recado. “Este rouba celular, daqui a pouco não rouba mais”, diz o texto assinado com as iniciais JF, de “justiceiros da fronteira”.
A polícia de Pedro Juan Caballero investiga o caso e tenta localizar a vítima, alvo da ameaça. Mas em casos anteriores, a policia descobriu que se tratava de fake.
No domingo (1º), primos fora executados em Pedro Juan Caballero, também vítimas do grupo de extermínio autodenominado “justiceiros da fronteira”. Segundo a polícia paraguaia, Robson e Jeferson Martinez de Souza, de 21 e 18 anos, respectivamente, tinham nacionalidade brasileira.
Policiais paraguaios encontraram no local, onde os dois foram crivados de bala um bilhete em que os “justiceiros” prometem matar todos os acusados de roubos na fronteira.
Há uma semana, Luis Mateo Martinez Armoa, 21, o “Matheus Elefante”, que também tinha documento brasileiro com o nome de Luiz Matheus Maldonado, foi morto em uma choperia de Pedro Juan Caballero, também por rajada de tiros. Perto do corpo, foi encontrado bilhete assinado pelos “justiceiros”.