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Interior

Mortos na fronteira eram primos e foram vítimas de “justiceiros”

Polícia encontrou bilhete no local onde Jeferson e Robson Martinez de Souza foram baleados

Helio de Freitas, de Dourados | 02/08/2021 10:15
Policiais no local onde primos foram mortos a tiros por grupo de extermínio (Foto: ABC Color)
Policiais no local onde primos foram mortos a tiros por grupo de extermínio (Foto: ABC Color)

Os dois homens mortos a tiros na noite de ontem (1º), em Pedro Juan Caballero, no Paraguai, eram primos e foram vítimas do grupo de extermínio autodenominado “justiceiros da fronteira”. Segundo a polícia paraguaia, Robson e Jeferson Martinez de Souza, de 21 e 18 anos, respectivamente, tinham nacionalidade brasileira.

Policiais paraguaios encontraram no local, onde os dois foram crivados de bala um bilhete em que os “justiceiros” prometem matar todos os acusados de roubos na fronteira.

“Nós os justiceiros deixamos bem claro que não vamos mais permitir roubo contra gente trabalhadora na fronteira. Vocês que apoiam esses atos serão os próximos”, dizia o bilhete.

Robson e Jeferson seguiam de moto pela cidade, separada apenas por uma rua de Ponta Porã (a 323 km de Campo Grande), quando os pistoleiros em uma caminhonete Toyota preta passaram por eles e começaram a atirar.

Segundo o comissário da Polícia Nacional Federico Samudio, dezenas de cápsulas deflagradas de calibre 9 milímetros foram recolhidas no local. O uso desse calibre é bastante comum na fronteira, mas chama atenção o fato de os tiros terem sido disparados em rajada.

Há uma semana, Luis Mateo Martinez Armoa, 21, o “Matheus Elefante”, que também tinha documento brasileiro com o nome de Luiz Matheus Maldonado, foi morto em uma choperia de Pedro Juan Caballero, também por rajada de tiros. Perto do corpo, foi encontrado bilhete assinado pelos “justiceiros”.

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