Ataque que matou dois, também deixou três feridos na fronteira
Ao todo, 50 tiros foram foram disparados; polícia paraguaia já iniciou investigação
Além dos dois rapazes mortos em ataque feito por pistoleiros ditos justiceiros em Pedro Juan Caballero - cidade fronteiriça a Ponta Porã, distante 323 km de Campo Grande - nesta noite de terça-feira (24), três outras pessoas também ficaram feridas. Ao todo, foram realizados cerca de 50 disparos.
Um dos mortos já foi identificado, sendo ele Guido Villalba. Por ora não há dados divulgados sobre idade e nacionalidade da vítima, nem se é parente de algum dos feridos - caso do garoto de 17 anos Gustavo Villalba Aquino.
Os outros dois feridos são o trabalhador da área de limpeza urbana, Ramon Vicente Marin, de 61 anos e que também seria surdo e mudo, além de um homem identificado apenas como Pablo Pavão. Ainda não há evidências de que os feridos e mortos tinham alguma ligação com o crime organizado. O caso está sob investigação.
Segundo comandante da polícia paraguaia em Pedro Juan, os atiradores estavam em uma camionete VW Amarok. Ao contrário do divulgado anteriormente, o crime aconteceu no bairro San Juan Neumann, e não em Obreiro, e não foi usado um fuzil, e sim pistolas calibre 9 milímetros realizar o crime - calibre comum nessas execuções.
Uma das vítimas foi atingida e morreu na hora, enquanto a outra correu e só caiu morta cerca de 15 metros depois, sob uma árvore. Por ora, o ataque foi atribuído ao grupo "Justicieiros de la frontera", por causa de um cartaz deixado para trás.
Recado dado - No cartaz consta um recado: "Justiciero No Robar P.J.C". Escrito a mão, a cartolina foi deixada ao lado dos corpos dos homens mortos nesta noite, só mais uma página da onda de violência que atinge a fronteira.
Desde a morte de Jorge Rafaat em junho de 2016, que chamou a atenção pelo aparato de guerra usado para executar o então chefe do crime na fronteira, a região entrou em colapso e até o momento não foi estabelecido um poder dominante ali.
PCC (Primeiro Comando da Capital) e forças locais disputam o controle do crime organizado na região, em uma espécie de estado paralelo montado há décadas ali e que persiste até hoje, sendo essencial rota de entrada de drogas, armas e contrabando diverso no Brasil, alimentando o crime nos grandes centros.