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Interior

Brasileiro do PCC é acusado por ataque que matou garoto de cinco anos

Outros dois paraguaios também foram indiciados pelo atentado ocorrido há uma semana em Assunção; crime tem ligação com a guerra de facções na região de Ponta Porã

Helio de Freitas, de Dourados | 01/11/2017 10:19
Bruno Henrique está preso em Assunção, mas polícia suspeita de identidade falsa (Foto: ABC Color)
Bruno Henrique está preso em Assunção, mas polícia suspeita de identidade falsa (Foto: ABC Color)

O brasileiro identificado como Bruno Henrique Reis de Oliveira, 35, foi indiciado pela Justiça do Paraguai como chefe do atentado a tiros de fuzil que deixou dois mortos e dois feridos, há uma semana, em Assunção, capital daquele país.

Entre as vítimas estava um garoto de cinco anos de idade. O ataque tem ligação com a guerra travada por facções criminosas pelo controle do tráfico na fronteira entre Pedro Juan Caballero (Paraguai) e Ponta Porã (MS). Bruno seria membro do PCC (Primeiro Comando da Capital), mas a polícia paraguaia suspeita que a identidade apresentada por ele seja falsa.

Além do brasileiro, os promotores Ariela Chaparro e Hugo Volpe acusam pelo ataque os paraguaios Diego Niz Pérez, 28, e Rony Maximiliano Román Ramírez, 25. A companheira de Rony, Ruth Nataly Echagüe Benítez, 27, também foi indiciada, mas por associação criminosa e por posse de armas, já que ela não teria envolvimento direto no atentado.

De acordo com os promotores, Bruno Henrique de Oliveira liderou o ataque contra William Giménez Bernal, funcionário do narcotraficante brasileiro Jarvis Gimenes Pavão, que está preso em Assunção. A ordem teria partido do chefe de Bruno, o também brasileiro Elton Leonel Rumich da Silva, 33, o Galã, apontado como o novo chefe do crime na fronteira.

De acordo com policiais paraguaios, o ataque a Willian Bernal pode ser sido vingança pelo atentado a tiros contra a boate After Office, em Pedro Juan Caballero, em 24 de julho deste ano. O atentado deixou 11 feridos e quatro mortos – os brasileiros membros do PCC Ivanilton Moretti, 36, o Grandão, e Felipe Alves, 24, o Filhote, além de duas moradoras de Ponta Porã.

Bernal foi acusado de ordenar o ataque, que tinha Galã como alvo. Os dois mortos seriam seguranças dele. Segundo fontes da polícia, Bernal era um dos principais líderes do grupo de extermínio denominado “Justicieros de la Frontera”.

Fuzis - Exames de balística comprovaram que dois fuzis calibre 7,62m encontrados na casa onde o brasileiro e os paraguaios foram presos, foram usados no ataque contra a Toyota Fortuner conduzida por William Bernal.

Os tiros mataram o filho dele, Gabriel, de 5 anos. Ao ver o filho morto, William se matou com um tiro na cabeça. O paraguaio Willer Fidelino Lescano Gimenes, 25, e o brasileiro Heber Luiz de Figueredo Souto, 28, guarda-costas de William, escaparam do atentado.

Além da balística, os promotores paraguaios afirmam que um dos veículos gravados por câmeras de segurança no local do ataque, uma Chevrolet Tracker cinza, foi apreendida na casa onde estavam o brasileiro e os paraguaios. Hugo Volpe disse que pelo menos mais quatro pessoas participaram do atentado. Os suspeitos se mantêm em silêncio sobre o caso.

Os promotores paraguaios pediram ajuda à polícia brasileira para confirmar se Bruno Henrique usa identidade falsa. As impressões digitais dele foram enviadas ao Brasil, para uma busca no sistema.

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