Funcionário de Jarvis Pavão atirou na própria cabeça ao ver filho morto
Versão contada por segurança de Wilian Bernal faz sentindo, segundo policiais que investigam ataque ocorrido quarta-feira
Willian Gimenez Bernal, 28, funcionário do narcotraficante brasileiro Jarvis Gimenes Pavão, atirou na própria cabeça ao ver o filho de cinco anos morto a tiros de fuzil no atentado ocorrido quarta-feira (25) em Assunção, capital do Paraguai. A versão foi contada pelo segurança e primo dele, Willer Fidelino Lescano Gimenez, 25, ferido pelos tiros disparados pelos pistoleiros.
A polícia também acredita em suicídio e diz que encontrou um boné, que estaria sendo usado por Willian, com uma perfuração de tiro. O homem também tinha queimaduras na cabeça, indicando um disparo feito a curta distância.
Morador em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia vizinha de Ponta Porã (MS), a 323 km de Campo Grande, Willian estava hospedado em uma casa no bairro Madame Lynch, na capital paraguaia. Ele visitava Jarvis Pavão frequentemente na prisão.
A polícia diz que Willian trabalhava para o narcotraficante. Já a advogada de Pavão, Laura Casuso, afirma que o motivo das visitas era a ligação de parentesco entre os dois, já que Willian era pai da filha de uma prima de Jarvis Pavão.
Suicídio – Willer contou que os três chegavam à residência em uma caminhonete Toyota Fortuner cinza. Bernal dirigia a caminhonete, Willer estava no banco do carona e o garoto, Gabriel Gimenez González, no banco de trás. Enquanto esperavam o brasileiro Heber Luiz de Figuereido Souto, que estava na casa, abrir o portão, os pistoleiros em uma Toyota Hilux bordô se aproximaram e fuzilaram a Fortuner.
Willian acelerou e entrou em outra rua. Nesse momento teria visto o filho morto no banco de trás. Desesperado, pegou sua pistola Glock calibre 9 milímetros e atirou na própria cabeça. O chefe do Departamento de Criminologia, comissário-chefe César Silguero, confirmou ontem à noite à rádio ABC Cardinal, que o boné com uma perfuração do lado esquerdo foi encontrado na caminhonete e que aparentemente ocorreu mesmo o suicídio.
Willer e Heber Souto, os dois sobreviventes do ataque, continuam detidos em Assunção. A promotora que acompanha o caso, Ariela Chaparro, recebeu apoio do promotor Hugo Volpe, que chefia a força-tarefa do Paraguai contra o narcotráfico.