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Interior

Suspeita de favorecimento a Pavão abre crise entre instituições paraguaias

Narcotraficante deve ser extraditado em dezembro deste ano

Helio de Freitas, de Dourados | 12/10/2017 09:09
Jarvis Pavão está recolhido em quartel de grupo especializado da Polícia Nacional (Foto: ABC Color)
Jarvis Pavão está recolhido em quartel de grupo especializado da Polícia Nacional (Foto: ABC Color)

A dois meses de ser extraditado para o Brasil, o narcotraficante sul-mato-grossense Jarvis Gimenes Pavão continua provocando crise no Paraguai, onde está preso há quase oito anos. Nesta semana, o ministro-chefe da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas), general da reserva Hugo Vera, levantou suspeitas de favorecimento ao criminoso por parte da Polícia Nacional, responsável pela custódia de Pavão.

"Se ele fosse (mantido) na Senad seria outra coisa, essa é a questão", afirmou Hugo Vera, ao comentar supostos planos de resgate do narcotraficante, que desde julho do ano passado está recolhido na sede da Agrupación Especializada, um grupo de elite da Polícia Nacional, em Assunção.

Nos últimos dois meses aumentaram os rumores de que o PCC (Primeiro Comando da Capital), sócio de Pavão no Paraguai, estaria planejando resgatar o narcotraficante, já que até agora fracassaram todas as tentativas do brasileiro de reverter a extradição por meios legais.

De acordo fontes do jornal ABC Color, após a repercussão negativa da declaração, Hugo Vera teria falado com membros do comando institucional da Polícia Nacional e dito que suas expressões foram retiradas do contexto.

Independente da crise entre as instituições, policiais paraguaios afirmam que a situação envolvendo o narcotraficante brasileiro está cada vez mais tensa. Condenado a oito anos de prisão naquele país por lavagem de dinheiro e organização criminosa, Pavão vai ser extraditado ao Brasil em dezembro deste ano, a pedido da Justiça do Rio Grande do Sul, onde está condenado a 17 anos por tráfico internacional de drogas.

Após os rumos sobre o plano de resgate, a Polícia Nacional reforçou a segurança na sede da Agrupacíon. Homens das Forças Armadas ocupam posições estratégicas fora e dentro da cadeira e um helicóptero faz sobrevoos noturnos, já que existia suspeita de uma tentativa de resgate pelo ar.

Pavão afirma que se for extraditado, vai ser morto em um presídio brasileiro. Ele é suspeito de ter se aliado ao PCC para tramar a morte do capo Jorge Rafaat Toumani, até então o ‘dono’ da fronteira. Rafaat foi executado a tiros de metralhadora antiaérea em junho do ano passado. Até agora não surgiram provas da ligação de Pavão com o crime.

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