Brasileiro preso pela Senad era peça-chave de “Cabeça Branca” no Paraguai
Operação que prendeu Eduardo Fernando de Oliveira Moleirinho também desmontou rede de lavagem de dinheiro na fronteira
A operação da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) que prendeu ontem (25) o brasileiro Eduardo Fernando de Oliveira Moleirinho em Pedro Juan Caballero, na fronteira com Mato Grosso do Sul, desmontou uma importante rede de lavagem de dinheiro do narcotraficante Luiz Carlos da Rocha, o “Cabeça Branca”.
De acordo com a Senad, Moleirinho era peça-chave do traficante em território paraguaio e operava um esquema envolvendo uma fazenda no departamento de San Pedro e escritórios de contabilidade e de compra e venda de gado e de veículos em Pedro Juan Caballero, cidade vizinha de Ponta Porã (MS), a 323 km de Campo Grande. Mandados de busca foram cumpridos nesses locais e farto material apreendido.
Para a inteligência paraguaia, a investida enfraquece ainda mais o já debilitado esquema de lavagem de dinheiro montado por Cabeça Branca no Paraguai. Luiz Carlos da Rocha foi preso no dia 1º de julho do ano passado em uma padaria de Sorriso (MT), na Operação Spectrum, da Polícia Federal, e atualmente está recolhido no presídio federal de Catanduvas (PR).
De acordo com o jornal ABC Color, a fazenda Lusipar, que tem Moleirinho como proprietário, mas seria de Cabeça Branca, fica no distrito de Santa Rosa del Aguaray, no departamento de San Pedro, área dominada pelo grupo terrorista EPP (Exército do Povo Paraguaio).
O promotor de Justiça Carlos Alcaraz informou que as investigações continuam, para identificar mais pessoas relacionadas ao narcotraficante brasileiro. Através de seus filhos, Cabeça Branca opera várias empresas, propriedades e outros empreendimentos para legalizar o dinheiro proveniente do tráfico de cocaína.
A Senad informou que durante as investigações foram descobertas remessas de dinheiro de contas brasileiras para o Paraguai, todas vinculadas a Bruno César Payão Rocha e Rafael Pigozzo Rocha, os dois filhos de Cabeça Branca.
Ainda em 2017, as autoridades paraguaias descobriram que Eduardo Moleirinho ajudou a esconder o dinheiro enviado do Brasil através de operações financeiras, compra de veículos de luxo e bois através de operações de fachada.