Chefe de esquema de estelionato usando máquinas agrícolas se apresenta à polícia
Rubens Fernando Alves, o “Rubinho”, é investigado no âmbito da Operação Plaga
Apontado como chefe do esquema milionário de estelionato envolvendo máquinas agrícolas, Rubens Fernando Alves, 32, o “Rubinho”, se apresentou nesta quinta-feira (1º) à Polícia Civil em Dourados (a 251 km de Campo Grande).
Morador em Naviraí, ele foi um dos alvos da Operação Plaga, desencadeada pela Polícia Civil e pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) no dia 3 do mês passado.
Rubinho é apontado como peça-chave da organização acusada de comprar colheitadeiras com cheques sem fundos e revender para agricultores da região. Como não existia mandado de prisão contra ele, Rubens foi liberado após prestar depoimento.
Em outubro deste ano, ele foi denunciado por produtor rural de Jardim por comprar por R$ 1 milhão uma colheitadeira da marca Case e pagar com cheque sem fundo. O maquinário foi apreendido pela polícia com produtor rural de Fátima do Sul, investigado por receptação.
Segundo a polícia, a organização atuava em Mato Grosso do Sul e outros estados brasileiros. No dia 3 de novembro, seis mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Dourados, Fátima do Sul e Naviraí, onde Rubinho mora.
Em Dourados, foram presos naquele dia os empresários Wanderley Esquível da Silva, 45, e Alex Sandro Cambuy Leite, 40.
Wanderley é dono de uma loja de peças usadas localizada na Avenida Weimar Gonçalves Torres, no Jardim Caramuru (região leste de Dourados). Alex é dono de um lava-rápido na BR-163, onde as máquinas eram deixadas até serem revendidas.
Uma colheitadeira de procedência ilícita foi encontrada no lava-rápido e Alex foi autuado em flagrante por receptação, além de posse irregular de munições encontradas no escritório.
Wanderley foi flagrado com revólver calibre 38 no momento da abordagem, mas pagou fiança e no mesmo dia deixou a prisão. Alex ganhou liberdade no dia 23 passado.
A investigação do SIG (Setor de Investigações Gerais) e da equipe da PRF em Dourados começou há cinco meses, para identificar o grupo que praticava estelionato e furto envolvendo máquinas agrícolas.
Parte do equipamento era comprado com cheque sem fundos e outros seriam oriundos de furtos e roubos praticados em fazendas. As colheitadeiras tinham os sinais identificadores adulterados e depois eram revendidas para agricultores da região.
As máquinas obtidas de forma criminosa eram levadas inicialmente para o barracão de Rubinho em Naviraí. De lá, eram trazidas para Dourados em caminhões-prancha e deixadas no lava-rápido localizado próximo ao posto da PRF na saída para Campo Grande.
Segundo a polícia, os motoristas dos caminhões que transportavam as máquinas eram orientados a usar estradas sem policiamento devido à falta de notas fiscais.
A organização preferia máquinas agrícolas por ser mais fácil a revenda devido à ausência de documentação exigida de outros veículos, como certificado de registro e recibo de compra e venda.
“O grupo comprava as máquinas, dava veículos com problema judicial como parte do pagamento ou cheques sem fundos e alegava de forma constante um ‘desacordo comercial. As vítimas eram obrigadas a entrar na Justiça para reaver o maquinário, mas as máquinas já tinham sido repassadas para outras pessoas. Em muitas vezes já estavam até fora de Mato Grosso do Sul”, disse no dia da operação o delegado Erasmo Cubas, do SIG.