Cinco dias após operação, ex-servidor acusado de desvio continua foragido
Advogado diz que acusado foi “pego de surpresa” e pediu relaxamento da prisão preventiva
O contador Renan Espíndola Menezes, ex-servidor da Prefeitura de Rio Brilhante e um dos três alvos da Operação Dark Card, está foragido há cinco dias. Ele é acusado de desvio de dinheiro público através de abastecimento de combustíveis com verba da prefeitura.
O esquema envolvendo um posto de gasolina de Nova Alvorada do Sul teria desviado pelo menos R$ 1 milhão do cofre público da cidade, localizada a 163 km de Campo Grande.
Renan teve a prisão preventiva decretada pela Justiça, mas não foi localizado durante as buscas feitas pela Polícia Civil na quarta-feira (30), considerado foragido desde então.
Naquele dia, foram presos o ex-controlador geral da Prefeitura de Rio Brilhante Haslan Pisciottano da Silva e o ex-servidor da Prefeitura de Nova Alvorada do Sul e locutor de rádio Washington Luiz Santana.
Ao Campo Grande News, o advogado de Renan, Luesley Rezende de Matos disse hoje (5), que seu cliente está fora de Mato Grosso do Sul e foi “pego de surpresa” com a ordem de prisão preventiva. Ontem, ele entrou com pedido de relaxamento da prisão na Justiça em Rio Brilhante, mas o recurso ainda não foi analisado pelo juiz local.
“A defesa de Renan Espíndola Menezes informa que já ingressou com pedido de revogação da prisão preventiva, uma vez que a mesma se mostra desnecessária e desproporcional, na medida em que não cumpre os requisitos legais previstos no Código de Processo Penal”, afirmou o advogado em nota.
Segundo ele, assim que Renan regressar de viagem, se apresentará perante às autoridades para “prestar todos os esclarecimentos necessários”. A investigação policial revelou que o desvio era praticado, principalmente, através do cartão magnético em poder de Renan, então coordenador de Programas Sociais do município.
O esquema foi denunciado à polícia e ao Ministério Público no dia 22 de julho deste ano pelo prefeito Lucas Foroni (MDB), após descobrir gastos exorbitantes com combustíveis. Três dias antes, ele tinha exonerado Haslan e Renan.
A operação foi deflagrada pela Polícia Civil com apoio do Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado). Segundo a polícia, os abastecimentos eram feitos com o cartão corporativo e lançados em nome de Renan Espíndola.
Ainda conforme a investigação, Renan sequer era responsável por veículo oficial e tampouco houve abastecimento de carro da prefeitura no posto de Nova Alvorada do Sul, onde os policiais apreenderam um computador e R$ 10.750,00 em dinheiro. Haslan Pisciottano da Silva e Washington Luiz Santana continuam presos.