Polícia descarta que dinheiro apreendido em SP tenha relação com "Dark Money"
De acordo com delegado da Deccor, situação foi apenas coincidência e PF investigará o caso
A Deccor (Delegacia Especializada de Combate à Corrupção) descartou a possibilidade de os quase R$ 12 milhões apreendidos em São Paulo em carreta com placas de MS, terem ligação com a operação "Dark Money", que investiga um esquema de corrupção na Prefeitura de Maracaju, a 160 km de Campo Grande.
"Fizemos contato com a Polícia Militar de São Paulo, a princípio, foi só uma coincidência e não tem relação com a operação. O caso foi encaminhado para a Polícia Federal, que vai investigar de onde saiu todo esse dinheiro", explico o delegado Thiago de Lucena, responsável pela Deccor, que faz parte da estrutura do Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado), responsável pela operação "Dark Money".
Além do alto valor apreendido, o que chamou atenção da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul foi a carreta onde todo o dinheiro estava escondido, em fundo falso na cabine. O veículo tem placas de Maracaju e era conduzido por um homem que mora na cidade do interior de MS. A suspeita é que os R$ 11.551.636,40 pudessem ser de algum investigado, que conseguiu esconder o dinheiro antes da operação ser deflagrada.
"Dark Money" - A Operação Dark Money apreendeu R$ 252 mil em dinheiro e cheques, eletrônicos, smartphones, computadores, muitos documentos, 10 veículos e até barco com carretinha.
Também foram apreendidos armas de fogo e munições de vários calibres, joias e discos rígidos, além de diversas contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas terem sido bloqueadas.
Dos sete mandados de prisão temporária expedidos pelo juiz Marco Antonio Montagnana Morais, seis foram cumpridos contra os ex-secretário de Finanças Lenilso Carvalho Antunes e Daiana Cristina Kuhn, Iasmin Cristaldo Cardoso, Pedro Everson Amaral Pinto, Fernando Martinelli Sartori e Moisés Freitas Victor.
O ex-prefeito Maurílio Ferreira Azambuja (MDB) se apresentou e foi posto em liberdade, sob condição de prisão domiciliar e uso de tornozeleira eletrônica. Fernando e Moisés também conseguiram liberdade provisória, sob as mesmas condições.
Lenilso Carvalho Antunes, que foi candidato a prefeito em 2020, foi preso em hotel de Umuarama e trazido para Mato Grosso do Sul, direto para a Capital. Ele continua preso.