Cinco índios são indiciados por morte de policial militar
Além de João da Silva, de 51 anos, que já está preso, a Polícia Civil indiciou mais quatro indígenas acusados de participação no assassinato do produtor rural e policial militar aposentado Arnaldo Alves Ferreira, de 68 anos, em Douradina, distante 196 quilômetros de Campo Grande.
O cabo aposentado foi assassinado a golpes de facão e flecha durante confronto com indígenas ocorrido na noite da última sexta-feira (12).
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Marcelo Batistela, na tarde de ontem seis indígenas foram ouvidos, desses, quatro são acusados de participação no crime. Todos foram liberados e vão responder o inquérito em liberdade, com exceção de João.
Durante o interrogatório, ainda segundo o delegado, as testemunhas disseram que o produtor rural, vizinho da aldeia, intimidou os indígenas com vários disparos de arma de fogo e João da Silva acabou ferido na orelha.
Informaram também que após o conflito um grupo de indígenas revidou, amarrando a vítima e que somente João teria agredido o produtor rural.
O caso - De acordo com o site Dourados News, o produtor Arnaldo era dono de um sítio que faz divisa com a aldeia e, conforme a Polícia, os indígenas cortavam com frequência as cercas da propriedade e em conseqüência disso o gado fugia.
Segundo a Polícia, a vítima por diversas vezes tentou dialogar com os indígenas, mas sem sucesso. No início da semana passada o PM e os indígenas se desentenderam mais uma vez, resultando na morte do aposentado.
Balanço - A Funai (Fundação Nacional do Índio) tem 80 ações na Justiça sobre conflitos entre proprietários e indígenas. Esta foi a segunda morte neste ano. A primeira foi de um adolescente de 15 anos, morto com um tiro na cabeça, no último dia 17 de fevereiro, em uma estrada que separa a aldeia guarani-kaiowá tey´ikue de fazendas na cidade de Caarapó.