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Interior

Com fábrica quase pronta, Ribas do Rio Pardo viverá “nova dor do crescimento”

Prefeitura aponta que chegarão os moradores definitivos e exigirão infraestrutura e lazer

Por Maristela Brunetto | 24/02/2024 09:23

Ribas passará a receber "moradores definitivos" quando fábrica for ativada (Foto: Arquivo/ Andre Luiz- All Drones)
Ribas passará a receber "moradores definitivos" quando fábrica for ativada (Foto: Arquivo/ Andre Luiz- All Drones)

O prefeito de Ribas do Rio Pardo, João Alfredo Danieze (PT), acredita que a cidade viverá uma “nova dor do crescimento”, agora que se aproxima a conclusão da obra da fábrica da Suzano, prevista para ser ativada em junho, e chegarão à cidade os trabalhadores permanentes e suas famílias. Ele comentou que no segundo semestre do ano passado houve o pico da obra, com cerca de 12 mil pessoas envolvidas.

O empreendimento envolve cerca de R$ 22 bilhões, segundo a empresa divulga em seu site, com a criação da maior fábrica de celulose do mundo. Esse é o maior volume de recursos privados sendo investidos no País.

A chamada dor do crescimento vira e mexe é mencionada. A cidade vivenciou um crescimento abrupto e demanda emergencial de serviços públicos. Já agora em março, o prefeito estima que ocorrerá nova redução do fluxo de pessoas temporárias na cidade, com cerca de cinco a seis mil pessoas.

Ele elenca dois gargalos que precisam de solução : habitação e a BR-262, que, com o aumento considerável do tráfego de veículos pesados passou a ser palco de muitos acidentes. A BR atravessa a cidade. O governador Eduardo Riedel disse que pretende vê-la entregue ao setor privado este ano, junto com trecho da 267, entre Bataguassu e Nova Alvorada do Sul, e a MS-040, de Campo Grande a Santa Rita do Pardo. Há estimativa de sejam necessários R$ 5 bilhões para melhorar as condições das rodovias.

Prefeito de Ribas aponta que problemas emergenciais passaram, mas agora surgem novas demadas (Foto: Marcos Maluf)
Prefeito de Ribas aponta que problemas emergenciais passaram, mas agora surgem novas demadas (Foto: Marcos Maluf)

Danieze explica que os “moradores definitivos” demandarão mais oportunidades de lazer e iniciativas culturais, já que permanecerão na cidade. Outros serviços essenciais ele aponta como encaminhados. Na educação, o Estado tem duas escolas, fez reformas e ampliação e há uma terceira prevista. Para as crianças de até 3 anos, a prefeitura vai entregar duas unidades, mas há falta de cerca de 200 vagas enquanto isso.

Na saúde, o prefeito mencionou que o hospital local saltou de um para três médicos atendendo, com mais dois disponíveis para emergências. O quadro subiu de 14 para 53 médicos prestando serviço na cidade, disse.

A cidade se deparou com mais problemas, mas também passou a contar um volume muito maior de recursos, diante do crescimento econômico. Em receita própria, a prefeitura recolhe mais ISS (Imposto Sobre Serviços) e dos repasses constitucionais, como cota de ICMS e demais receitas do FPM (Fundo de Participação dos Municípios), Danieze estimou que o incremento tenha sido de 40%.

Moradores definitivos- Quando a fábrica da Suzano começar a operar, a unidade terá quadro de cerca de 600 trabalhadores. Já a cadeia de produção deve envolver 3 mil pessoas.  Os envolvidos com a produção da celulose tiveram acesso a cursos e receberam bolsa durante os estudos. A prática na atividade envolveu atuar por seis meses na unidade da Suzano em Três Lagoas.

A empresa está construindo na cidade 950 moradias para os funcionários, segundo o gerente industrial da unidade, Leonardo Pimenta. Além disso, a empresa já tinha informado em 2023 que fez parceria com o poder público em uma série de ações, como a melhoria da estrutura do hospital local e na segurança pública, somando cerca de R$ 32 milhões.

Escola particular – Ribas também ganhará uma escola particular a partir do ano que vem, tendo como público prioritário os filhos dos industriários. Trata-se de um empreendimento do Sesi (Serviço Social da Indústria), que utilizará salas de aula contêiner, o que permitirá a ampliação conforme a demanda. Segundo o superintendente do Sesi, Regis Borges, os filhos de funcionários da indústria terão descontos a partir de 20% nas mensalidades.

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