Com fronteira perigosa, guerra à dengue em residências é com drone
"Mesmo a Vigilância Sanitária tendo poder de polícia para entrar, o agente não se sente confortável para fazer uma atitude dessas"
A violência que faz correr um rio de sangue pela fronteira seca entre Ponta Porã e Pedro Juan Caballero, no Paraguai, exige cuidado diferenciado até nas ações de combate à dengue. Do lado brasileiro, a opção é subir drones para que os agentes não corram risco ao entrar em imóveis fechados.
“Ponta Porã é uma área de risco, perigosa. A gente não sabe na casa de quem a gente vai entrar. Mesmo a Vigilância Sanitária tendo poder de polícia para entrar, o agente não se sente confortável para fazer uma atitude dessas, por isso optamos pelo drone”, afirma o secretário municipal de Saúde, Francisco de Paula Saturnino.
O município fronteiriço tem nove casos confirmados e 245 notificações de dengue em 2020. Segundo o secretário, a prefeitura tem dois drones para a fiscalização.
“Mas a eficiência não é muito alta porque não entramos em detalhes O drone é usado em locais específicos: fechados e sem acesso. Levanta o drone e faz uma observação. Vê se tem piscina com água turva, caixa de água destampada, pneus”, diz o secretário.
Com um polo de Medicina em Pedro Juan Caballero, com atrativa mensalidade de R$ 1.500 (valor médio), a fronteira tem população flutuante de 13 mil alunos. Principalmente no período de férias, as residências ficam fechadas. “Temos uma dificuldade imensa de ter acesso, temos dificuldade de atingir 80% de visita desses imóveis”.
Guerra - No ano passado, a Polícia Civil registrou 54 homicídios dolosos em Ponta Porã. A taxa de homicídio foi de 58,4 mortes para cada cem mil habitantes. A ONU (Organizações das Nações Unidas) considera aceitável taxa de até 10. Em 2020, execução mais recente foi a do jornalista brasiguaio Leo Veras, 52 anos. Ele foi morto na quarta-feira (dia 12).