Casos disparam em 48 municípios e obrigam criação de ala especial contra dengue
Ideia dos espaços é proporcionar um atendimento mais e eficiente, especialmente nas cidades com alta incidência do mosquito
Durante reunião realizada na manhã desta quinta-feira (13), no auditório da Governadoria em Campo Grande, os secretários municipais foram orientados a criar salas exclusivas para o atendimento de pessoas com dengue. A ideia é disponibilizar espaços para o monitoramento diário da doença e reidratação dos pacientes.
Hoje, 48 cidades do Estado apresentam índice de dengue considerado de epidemia pela OMS (Organização Mundial de Saúde), com mais de 300 casos notificados por 100 mil habitantes. A situação mais grave é em Pedro Gomes e Corumbá.
Conforme as informações divulgadas pelo titular da SES (Secretaria de Estado de Saúde), Geraldo Resende as salas serão criadas não apenas nos municípios com maiores índices de infestação, mas em todos. O trabalho maior agora, segundo ele, é do manejo clínico dos pacientes.
“Tudo o que podia ser feito nós já fizemos”, pontuou Resende, reforçando a ideia da sala para reidratação oral e intravenosa dos pacientes. “Onde essas pessoas poderão fazer uma análise diária sobre a evolução do quadro que se apresenta”.
Dados da SES apontam que, dos 79 municípios de Mato Grosso do Sul, apenas Inocência, Juti e Paranhos apresentaram quadro de média incidência da doença, ou seja, quando há de 100 a 300 casos por 100 mil habitantes. Os demais apresentaram alta incidência da doença, quando passam dos 300 casos por 100 mil habitantes. (Confira no mapa acima).
As cidades marcadas em vermelho apresentam índice de infestação superior ao considerado epidemia pela OMS. Corumbá, por exemplo, já registrou duas mortes em decorrência da doença.
Dengue em números - O último boletim epidemiológico da dengue divulgado pela SES aponta que Mato Grosso do Sul registrou 2.829 casos nos 43 primeiros dias do ano, média de 65,7 a cada dia. Neste mesmo período, 11 pessoas morreram em decorrência da doença.
“Temos 11 mortes no Estado. É um número que incomoda muito e nos deixa em estado de alerta”, lamentou o secretário. Outro motivo de preocupação, segundo ele, é o perfil das vítimas. Não se trata apenas de pessoas que já tinham doenças crônicas. “Tem muita gente jovem e sem comorbidade”, diz.
Os óbitos - O último óbito registrado pela doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti é do menino Eduardo Borges Ortega, de 9 anos. A criança foi internada no domingo na Santa Casa de Campo Grande e morreu cerca de uma hora e meia depois. Contraprova da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) confirmou que o menino morreu por dengue tipo 2.
Em Corumbá, a professora Dúnia Safa, de 24 anos, morreu vítima da doença após passar quase um mês internada com a doença.
“A população do Mato Grosso do Sul, infelizmente, não está sendo colaborativa no enfrentamento à dengue”, analisa o secretário, reforçando a necessidade das medidas preventivas.
Outra reunião com os secretários municipais será realizada nesta sexta-feira (14).