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Interior

Comerciante planejou morte de aposentado para ficar com R$ 84 mil

Polícia já descobriu que Letícia Vieira Pires negociava apartamento inexistente com Gesualdo Xavier

Por Helio de Freitas, de Dourados | 24/07/2024 11:43
Presa pelo assassinato de aposentado, Letícia esconde o rosto ao chegar à delegacia (Foto: Reprodução)
Presa pelo assassinato de aposentado, Letícia esconde o rosto ao chegar à delegacia (Foto: Reprodução)

Acusada de assassinar o oficial de Justiça aposentado Gesualdo Xavier, 67, o “Xaxá”, a comerciante Letícia Vieira Pires, 27, teria praticado o crime para ficar com R$ 84 mil da venda de uma caminhonete S10 pertencente à vítima. Essa seria a principal motivação para o homicídio, segundo a Polícia Civil.

Dona de uma conveniência na área central de Dourados (cidade a 251 km de Campo Grande), Letícia também teria negociado a venda de um apartamento inexistente para Gesualdo.

Pressionada pelo aposentado a entregar o apartamento ou devolver o dinheiro, Letícia teria planejado o assassinato. Ela foi presa nesta terça-feira (23). Informalmente, confessou o crime, mas, durante interrogatório na delegacia, se manteve em silêncio.

Gesualdo desapareceu segunda-feira (22). Nas redes sociais, familiares e amigos postaram pedido de ajuda para localizá-lo, informando que o aposentado havia saído de casa para ir a Campo Grande e sumiu.

No final da tarde de ontem, o corpo dele foi encontrado na margem da BR-163, entre os municípios de Dourados e Douradina, parcialmente queimado por incêndio provocado na vegetação.

Em contato com familiares, investigadores da Polícia Civil descobriram que Gesualdo mantinha contato com Letícia, dona de uma conveniência na Avenida Hayel Bon Faker. Com apoio da PRF (Polícia Rodoviária Federal), os policiais descobriam que o carro dele, um Ford Ka preto, havia saído de Dourados na segunda de manhã e retornado à noite, por acesso alternativo.

Roupas sujas de sangue, corda e pertences da vítima que estavam na casa da autora (Foto: Leandro Holsbach)
Roupas sujas de sangue, corda e pertences da vítima que estavam na casa da autora (Foto: Leandro Holsbach)

Roupas com sangue – A polícia foi atrás de Letícia, que seria a última pessoa a estar com o aposentado antes do desaparecimento. Na casa dela, foram encontradas roupas sujas de sangue. Alguns pertences do aposentado, entre os quais o celular e uma corrente de ouro, também foram apreendidos na casa e na conveniência.

Em entrevista coletiva nesta quarta-feira, o chefe do SIG, delegado Erasmo Cubas, disse que inicialmente a comerciante negou envolvimento no crime, mas apresentou várias contradições. Por fim, confessou, informalmente, que havia matado Gesualdo Xavier.

Segundo o delegado, Letícia Vieira Pires vendeu a caminhonete S10 do aposentado em uma garagem de Dourados e recebeu o pagamento em sua conta através de PIX. Supostamente, o dinheiro seria parte do apartamento que ela estaria negociando com ele. Entretanto, o imóvel não existe.

Pressionada por Gesualdo a devolver o dinheiro, Letícia decidiu matá-lo. Para colocar o plano em prática, convidou o aposentado a ir com ela até Campo Grande, para supostamente resolver a pendência do apartamento. No caminho, o matou a golpes de faca e tentou queimar o corpo, para eliminar vestígios.

O Ford Ka foi abandonado por ela no cruzamento das ruas João Vicente Ferreira e Toshinobu Katayama, na área central. O carro tem manchas de sangue dos ferimentos causados pelos golpes de faca.

A comerciante foi autuada em flagrante por homicídio. O delegado explicou que as investigações continuam, para descobrir se ela matou o aposentado para ficar com o dinheiro e os pertences de valor dele, o que configura latrocínio (roubo seguido de morte). Letícia deve passar por audiência de custódia ainda nesta quarta.

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