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Interior

Corpo de indígena que morreu em área de conflito é exumado para investigação

Intenção é fazer perícia técnica para angariar provas que possam chegar à resolução do caso

Por Viviane Oliveira | 10/09/2024 07:53


Foi exumado nesta terça-feira (10) o corpo do guarani-kaiowá Vitor Fernandes, de 42 anos, que morreu em 2022 em confronto com policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar. O caso aconteceu em Amambai, distante 351 quilômetros de Campo Grande, e ficou conhecido como Massacre de Guapoy.

Segundo divulgado pela Aty Guasu, a intenção é fazer perícia técnica para averiguar provas que possam chegar à resolução do caso, até então, inconcluso. “Por ordem da Justiça Federal de Ponta Porã deferida em requerimento do Ministério Público Federal, a Polícia Federal realizou hoje a exumação do corpo de Vitor Fernandes, indígena assassinado em despejo ilegal promovido pela Polícia Militar do estado de Mato Grosso do Sul em 24 de junho de 2022, no evento trágico que ficou conhecido como “Massacre de Guapoy”.

Desde a morte de Vitor, os guarani-kaiowá pediam perícia federal no corpo. “Uma esperança a mais nos tekohas [terra], elucidação é a garantia de justiça para o novo povo, parabéns aos envolvidos”, escreveu um internauta na postagem da Aty Guasu.

Morte - Os indígenas que reivindicam a demarcação do território Guapoy ocuparam a Fazenda Borda da Mata no dia anterior ao confronto. Na manhã seguinte, alegando supostos crimes de roubo e ameaça contra funcionários da propriedade, a Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública) mandou a Tropa de Choque da PM para o local, mesmo sem ordem judicial de reintegração de posse.

A ação envolveu até o uso de helicóptero. Houve confronto e vários indígenas ficaram feridos. Vitor Fernandes foi baleado e morreu. A Sejusp alegou que três policiais ficaram feridos. Três dias depois, o corpo de Vitor foi enterrado na sede da fazenda.

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