"Curandeira" foge após receber R$ 6,8 mil para tirar "macumba" de criança
A golpista extorquiu a mãe do menino, que tem paralisia cerebral, por 4 meses
Uma falsa curandeira fugiu depois de receber quase R$ 7 mil para retirar uma suposta "macumba" de um menino de apenas 6 anos, em Prudêncio Thomaz, distrito de Rio Brilhante, cidade que fica a 163 quilômetros de Campo Grande. A mãe da criança, de 23 anos, procurou a Polícia Civil nesta sexta-feira (29), depois de ter sido extorquida pela mulher por cerca de 4 meses.
O menino tem na verdade paralisia cerebral e depois de procurar diversas opções de tratamento para o filho na expectativa de reverter o quadro clínico, a mãe procurou a falsa curandeira, em agosto do ano passado. Na ocasião, a mulher falou que a criança estava com "mal de simioto", que é uma da desnutrição causada em bebês por alergia ao leite de vaca, e também inventou que uma "macumba" havia sido feita contra o menino.
Para desfazê-la a mulher precisava de R$ 1.635,00 parcelados em três vezes. Em seguida foi pedido a mãe, mais R$ 1,2 mil para o sacrifício de um animal. Esse valor, de acordo com o portal Rio Brilhante em Tempo Real foi pago em materiais de construção. Depois que os pagamentos foram feitos, a curandeira disse que em nove dias a criança voltaria a andar. Como isso não aconteceu a mãe retornou a casa da mulher, que confirmou que o trabalho não tinha dado certo e que precisaria dar aos “orixás” um cachimbo no valor de R$ 372,00, valor que foi esse entregue em mãos à curandeira.
A golpista ainda disse que o esposo da vítima, pai da criança, precisava tomar um banho de ervas para melhorar a vida. A mãe ainda teve de fazer mais quatro pagamentos nos valores de R$ 1,2 mil, R$ 1,6 mil, R$ 600,00 e R$ 260,00 para a compra de uma vela.
Por último a mulher ainda pediu outros R$ 600,00 para a compra de uma saia que seria usada nos trabalhos, mas a mãe comprou um colchão e deu a mulher. De acordo com a soma dos valores informados pela mãe no boletim de ocorrência, a vítima pagou R$ 6,867,00 à falsa curandeira.
Contudo, em dezembro a curandeira ainda disse a mãe da criança que naquele mês os “orixás” não trabalhavam e então ela faria uma “operação invisível” e toda as sexta-feiras a criança teria que ficar vestida de branco por um período de sete semanas.
Após o último dia de sessão, como nada havia mudado na criança a mãe foi até a curandeira e pediu o dinheiro de volta. A mulher então disse que devolveria os valores pagos, porém quando a mãe retornou na casa da mulher está semana, descobriu que a falsa curandeira se mudou para outra cidade e tinha até vendido o imóvel.
O caso foi registrado como charlatanismo na Polícia Civil, mas até então a golpista não foi encontrada.