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Interior

Dona de creche que torturou crianças é transferida para presídio

Caroline Florenciano dos Reis Rech está em cela isolada de outras detentas

Antonio Bispo e Helio de Freitas, de Dourados | 13/07/2023 12:49
Caroline foi transferida para um presídio de Rio Brilhante (Foto: Reprodução/Redes Sociais)
Caroline foi transferida para um presídio de Rio Brilhante (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

Caroline Florenciano dos Reis Rech, de 30 anos, presa sob suspeita de torturar crianças da creche “Cantinho da Tia Carol” da qual era proprietária, em Naviraí, distante 366 quilômetros de Campo Grande, foi transferida para o presídio feminino de Rio Brilhante e está em cela isolada.

Conforme apurado pelo Campo Grande News, a transferência aconteceu no final da manhã desta quinta-feira (13), por motivos de segurança, uma vez que o caso teve bastante repercussão na cidade dos fatos. O município de Rio Brilhante está a uma distância de aproximadamente 205 quilômetros de Naviraí.

No dia da prisão, ocorrida na segunda-feira (10), Caroline ameaçou tirar a própria vida ainda na delegacia, porque se fosse solta ou encaminhada para um presídio, estaria “ferrada”, diante dos fatos divulgados em toda imprensa. Após a crise, decidiu dar a versão dela sobre os fatos.

O caso - Investigando denúncia de maus-tratos na creche, delegados e investigadores de Naviraí viram e ouviram, ao vivo, a bebê de 11 meses sofrendo agressões físicas e psicológicas na segunda-feira, dia 10, quando começaram monitoramento à distância usando equipamentos de filmagem escondidos instalados no estabelecimento com autorização judicial. Além disso, assistiram à menina ser dopada. Diante da violência e risco que crianças corriam nas mãos de Caroline, a equipe da Polícia Civil decidiu invadir a creche e prendeu as duas adultas que estavam no local.

De acordo com o registro policial, “logo no início da operação, às 10h35, a investigada Caroline agrediu fisicamente uma bebê, posteriormente identificada como menina* de 11 meses”. Segundo a descrição, pelo monitoramento em tempo real, foi possível ver que a criança estava em um colchão no chão, sozinha, e havia saído do local, momento que a cuidadora pega a pequena e joga de volta no acolchoado.

“Foi perceptível a violência empregada por Caroline, bem como a intenção de castigar a pequena criança em virtude do choro”, anotou a delegada Sayara Baetz, que redigiu o documento.

Treze minutos depois, a garotinha voltou a chorar e, então, apanhou. Como o equipamento instalado no “Cantinho da Tia Carol” captava imagem e áudio, conforme registrado, a investigada xingou a criança de “sem vergonha” e comentou com a funcionária que quando a menina começasse a andar, “estavam lascadas”.

A bebê continuou chorando sozinha, mas logo parou. Neste momento, equipe da DAM foi enviada para ficar de prontidão próximo à creche caso fosse necessária intervenção rápida.

Os policiais que permaneceram na delegacia perceberam que as imagens não estavam sendo gravadas e diante da necessidade da coleta de provas, técnicos foram chamados para resolver a questão.

Quem assistia à câmera começou a estranhar que a menininha estava há muito tempo parada, não tentava se levantar do colchão, engatinhar ou se arrastar, parecendo estar dopada. Às 12h45, a funcionária de Caroline foi vista dando remédio para a neném, que logo dormiu.

Prisão preventiva - No fim da tarde de terça-feira (11), o juiz Paulo Roberto Cavassa de Almeida decidiu manter a dona da creche presa para a “garantia da ordem pública, dada a gravidade concreta dos fatos, consubstanciada pela violência contra crianças”.

A funcionária Mariana de Araújo Correia, 26, pagou fiança de R$ 1.320,00 (um salário mínimo) e deixou a delegacia, mas o juiz registrou que poderá “reexaminar” a ideia de permitir que ela responda a inquérito e processo em liberdade.

O advogado da dona da “escolinha”, Mauro José Gutierre, enviou texto assinado pela cliente à reportagem que diz: “os fatos não deram da forma como estão sendo divulgados e propagados nas redes sociais”.

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