Donos de hotéis e hóspedes são presos por esquema de contrabando
Advogado diz que empresário está sendo autuado por descaminho, mas fiança já foi arbitrada
Pelo menos quatro pessoas foram presas em flagrante hoje (23), na Operação Fronteira Legal, deflagrada pela Polícia Federal e pela Receita Federal do Brasil, em Dourados (a 233 km de Campo Grande), para desmantelar esquema de contrabando introduzido no Brasil pela fronteira com o Paraguai.
Entre os presos estão os donos do Hotel Vargas, Magner Valente, e outro do Hotel Guerreiro, identificado como Gladson Oliveira Guerreiro, ambos localizados na margem da BR-163, no distrito de Vila Vargas. Os estabelecimentos eram usados como entreposto de produtos contrabandeados. Os outros dois seriam hóspedes que estavam em quartos onde foi encontrado o contrabando.
Iniciada ainda ontem com barreiras nas estradas da região, a operação tinha a cumprir apenas dois mandados de busca e apreensão expedidos pelo juiz federal Fabio Fischer. Entretanto, durante as buscas, os agentes encontraram situação de flagrante e prendeu os suspeitos.
Um caminhão-baú foi levado até Vila Vargas para recolher o contrabando encontrado nos dois hotéis. Os quatro presos estão na delegacia da PF, em Dourados.
Ao Campo Grande News, o advogado Renan Pompeu, que defende o empresário preso, disse que seu cliente está sendo autuado em flagrante por descaminho (artigo 334 da Lei 13.008/2014). Segundo o advogado, foi arbitrada fiança de dois salários mínimos e o empresário será liberado após o final dos depoimentos.
O descaminho é crime de ordem tributária, quando não é feito o pagamento de imposto devido pela entrada de mercadoria no País. É diferente de contrabando, que envolve produtos proibidos de comércio no Brasil, como pneus e cigarro trazidos do Paraguai, por exemplo.