Em greve há dois meses, servidores da UFGD vão distribuir banana na praça
A greve dos 900 técnicos administrativos da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) completa dois meses nesta semana. Pelo menos dez mil universitários estão sem aula, já que os professores da maior universidade pública do interior de Mato Grosso do Sul também estão em greve.
Nesta quinta-feira (30), os grevistas farão mobilização na Praça Antonio João, no centro de Dourados, a 233 km de Campo Grande. Além da assembleia para discutir os rumos da greve, os servidores vão distribuir bananas à população.
Protesto irreverente – Segundo o Sintef (Sindicato dos Trabalhadores em Educação das Instituições Federais), “será uma forma irreverente de chamar a atenção para a greve e para a atitude do governo federal, que se nega a dar a reposição salarial dos últimos cinco anos”.
“É importante que a categoria esteja presente e se manifeste sobre como está sendo o encaminhamento da greve”, diz nota divulgada no blog usado pelo sindicato para os informes da greve.
De acordo com a assessoria de imprensa do comando de greve, os representantes do sindicato vão falar sobre as propostas apresentadas pelo governo na reunião desta semana.
“Queremos ouvir a opinião da categoria. Devido aos encaminhamentos da negociação ocorrida neste dia 28, será necessário colocar em votação se vamos ou não acatar alguma proposta do governo”, diz o Sintef.
Sindicato aponta avanços – Apesar de ainda não existir acordo quanto à reposição salarial de 27% solicitada pelos administrativos das universidades federais brasileiras, o comando de greve vê avanço nas negociações durante a mais recente reunião com representantes dos ministérios da Educação e do Planejamento. O governo oferece 21% em quatro anos, proposta rejeitada pelos grevistas.
Entre os pontos em que houve avanços, o Sintef cita a manutenção do ponto dos grevistas; o compromisso do MEC de apresentar um cronograma para implantar o Plano Nacional de Qualificação, abrindo quatro mil vagas para graduação, especialização e mestrado; debate sobre assédio moral em seminário nacional, em outubro, e estudo para implantação da jornada semanal de 30 horas.