Emocionado, prefeito de Costa Rica pede desculpas pelo filho
Jesus Baird concedeu entrevista coletiva nesta manhã
Em entrevista coletiva concedida nesta manhã em Costa Rica, o prefeito Jesus Baird (PMDB) se emocionou e pediu desculpas à população do município sobre o episódio que envolve seu filho, André Baird, de 20 anos, que participou de agressão a um jovem homossexual em Campo Grande na madrugada da última sexta-feira.
O depoimento do prefeito durou sete minutos e não foi permitido aos jornalistas fazerem pergunta.
Ele parabenizou a cobertura da imprensa local, que, segundo informações, não noticiou o caso ontem, à exceção do site Costa Rica em Foco, que reproduziu matéria publicada pelo Campo Grande News. Para Baird, o site do município deu conotação política ao caso.
Sobre o filho, falou que vai colocar o “menino na linha”, mas admitiu que o caso é grave e não há como amenizar a situação.
Punição - “Ele vai pagar tim-tim por tim-tim”, afirmou ontem, negando a conotação que está sendo dada às agressões como sendo crime motivado por homofobia, ou seja, aversão a homossexuais.
“É um trem que derruba a gente”, afirmou o prefeito, sobre a surpresa dele e da esposa quando viram o filho envolvido na confusão, que deixou a vítima bastante machucada e André Baird com um braço engessado.
O prefeito contou que o filho foi criado em Costa Rica até os 18 anos e que, depois disso, decidiu vir para Campo Garnde, para estudar. “Até os 18 anos, quando eu mandava nele, ele não freqüentava esses bares, boates”.
Segundo o prefeito, o filho estava na mesma boate de onde jovem agredido havia saído, a Neo, que costuma ser frequentada pelo público gay nas noites de quinta-feira para sexta-feira, e pode ter havido uma “rixa desde lá de dentro”.
Na delegacia, ao prestar depoimento na manhã de ontem, André Baird admitiu, segundo a delegada Daniela Kades, que ele e dois amigos decidiram bater na vítima porque se tratava de um homossexual. Ainda de acordo com a delegada, ele não apresentou razão plausível para a violência.
O jovem deve responder por lesão corporal (que tem pena prevista de 3 meses a um ano) e injúria (cuja pena é de 1 a 6 meses). O caso corre em segredo de Justiça, a pedido da família da vítima.