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Interior

Ex-diretor é condenado a 5 anos de prisão por assediar alunas

Marcos Eduardo Carneiro vai perder cargo que ocupava e cumprirá pena em regime semiaberto

Por Bruna Marques | 24/08/2024 15:29
Mensagem enviada em rede social pelo diretor Marcos Carneiro (Foto: Divulgação)
Mensagem enviada em rede social pelo diretor Marcos Carneiro (Foto: Divulgação)

O ex-diretor da Escola Municipal Efantina de Quadros, Marcos Eduardo Carneiro, foi condenado a cinco anos de prisão por crime sexual contra adolescentes. Os crimes ocorreram em maio de 2022. Os casos de assédio ocorreram em Nova Andradina, distante 298 quilômetros de Campo Grande.

Conforme apurado pelo site Nova News, a sentença foi comunicada após longo processo de investigação que revelou uma série de condutas graves cometidas pelo réu durante o período em que era diretor na escola. Inicialmente ele cumprirá pena em regime semiaberto.

Além de ficar preso, ele perderá o cargo público que ocupava. A juíza destacou a gravidade dos atos cometidos por Marcos e entendeu que o comportamento do réu causou profundos danos ao desenvolvimento emocional e psicológico das vítimas.

Marcos também está proibido de manter contato com as vítimas e seus familiares, bem como frequentar a escola onde os crimes ocorreram.

Em entrevista ao site Nova News, a mãe de uma das vítimas relatou que a condenação traz um pouco de alivio as jovens. “Elas foram injustiçadas e sofreram muito com a situação”, relatou.

Inquérito - O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) abriu inquérito civil, no dia 12 de maio, para apurar o caso de assédio sexual envolvendo o diretor. O promotor de Justiça, Paulo Henrique Mendonça de Freitas, que esteve à frente das investigações, considerou ato de improbidade administrativa todo aquele que atente contra os princípios da administração pública, violando os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade das instituições. Paulo explicou na época que, caso comprovado crime, no âmbito da administração pública, o diretor pode perder direitos políticos, a função pública, ter indisponibilidade dos bens e ressarcir o erário.

Segundo o promotor de Justiça, o procedimento está sob sigilo, tendo em vista a necessidade de proteção da intimidade e da imagem das possíveis vítimas da conduta do investigado, especialmente por envolver menores de 18 anos de idade.

Notebook e celular do réu foram apreendidos pela Polícia Civil na época da investigação (Foto: Jornal da Nova)
Notebook e celular do réu foram apreendidos pela Polícia Civil na época da investigação (Foto: Jornal da Nova)

Denúncia - A mãe de uma aluna procurou a Delegacia de Polícia Civil, no dia 11 de maio, para denunciar assédio sexual contra a filha de 15 anos. Entre as mensagens que foram apresentadas na Delegacia de Atendimento à Mulher, o diretor marca encontro com a jovem no Simted (Sindicato dos Trabalhadores em Educação), afirmando que está calor e que vai para lá na intenção de vê-la e se refrescar na piscina.

Também chega a dizer em determinado dia que a menina está "uma delícia" e é advertido pela aluna. "O senhor sabe que vc comentou no meu story pra todo mundo vê, né? (sic)". Em outra, ele a convida para sair. “Precisamos marcar alguma coisa juntos, quando você quiser e puder. É só me avisar. Inclusive, hoje”. A mensagem é do dia 23 de abril.

Há ainda prints em que ele afirma querer "morder" a boca da adolescente. "Eu fico olhando a sua foto. Vc tem uma boca maravilhosa. Sem maldade, mas dá uma vontade de dar uma mordidinha. Rssss (sic)". A troca de mensagens começou em janeiro deste ano. A mãe da jovem, que terá o nome preservado pelo fato envolver menor de idade, disse que soube das mensagens depois que a alertaram sobre divulgação nas redes sociais.

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