Executado por pistoleiro, “Doutor Cannabis” já era ameaçado de morte
Revelação foi feita pelo pai de Sandro Sánchez a repórteres da fronteira; corpo será enterrado hoje
Morto na sala de cirurgia menos de uma hora depois de ser baleado por pistoleiro, na tarde de ontem (16), o advogado e estudante de medicina Sandro Sánchez, 39, estava sendo ameaçado de morte. A revelação foi feita hoje pelo pai dele, Juan Sánchez, em entrevista a repórteres da fronteia.
O crime ocorreu no centro de Pedro Juan Caballero, cidade separada por uma rua de Ponta Porã, a 313 km de Campo Grande. O corpo será enterrado nesta tarde no cemitério da cidade.
Conhecido como “Doutor Canabbis” por defender o uso medicinal da maconha, Sandro vinha acumulando inimigos na fronteira. Segundo o pai dele, as ameaças mais recentes teriam sido feitas por ligação telefônica, mas o advogado não sabia quem eram os autores.
“Não se pode descartar relação com o óleo que ele fazia”, disse Juan Sánchez, se referindo ao óleo extraído da maconha que era distribuído gratuitamente pelo “Doutor Cannabis” a moradores pobres da fronteira.
O óleo extraído da maconha é considerado bastante eficaz no alívio e na diminuição do estresse e ansiedade e também no tratamento de doenças psiquiátricas ou neurodegenerativas, como esclerose múltipla, esquizofrenia, mal de Parkinson epilepsia.
Segundo o jornal “Diário Hoy”, o trabalho de Sandro Sánchez em defesa do óleo de maconha seria apenas um dos três motivos para o assassinato do “Doutor Cannabis”. Os outros dois seriam passional e por suposta ligação dele com o crime organizado na fronteira.
Sánchez respondia a processo na Justiça do Paraguai por suspeita de envolvimento com o tráfico de drogas e ligação com a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). Já a hipótese de crime passional é devido ao suposto envolvimento dele com uma mulher, cujo ex-marido não aceitava a separação.