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Interior

Exército nega ação contra "guerra" e diz que só age se Brasília mandar

Programação da Operação Ágata 11 não será alterada para atuação em Ponta Porã, após execução de narcotraficante

Leandro Abreu | 16/06/2016 13:51
Militares realizam inspeções em veículos que passam pela faixa de fronteira de MS e MT. (Foto: Divulgação/CMO)
Militares realizam inspeções em veículos que passam pela faixa de fronteira de MS e MT. (Foto: Divulgação/CMO)

A movimentação de militares e blindados em Ponta Porã na quarta-feira (15) não tem ligação com o atentado contra o empresário e nercotraficante Jorge Rafaat Toumani, assassinado em Pedro Juan Caballero instantes antes. Conforme o CMO (Comando Militar do Oeste), responsável pelas ações do Exército Brasileiro em Mato Grosso do Sul, as ações na região fazem parte da Operação Ágata 11, que combate crimes na faixa de fronteira do lado brasileiro.

Mesmo com o "clima de guerra" na região, o órgão militar afirmou não poder alterar a programação da operação para atuar na segurança de Ponta Porã sem que uma ordem venha de Brasília, o que ainda não ocorreu. O Ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, passará para Ponta Porã nesta sexta-feira (17), onde fará uma visita em alguns pontos da operação.

Iniciada na manhã de segunda-feira (13), com efetivo de três mil homens nas ações em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, a Operação Ágata 11 combate principalmente os crimes transfronteiriços como narcotráfico, contrabando e descaminho, tráfico de armas e munições, crimes ambientais, contrabando de veículos, imigração e garimpo ilegais.

Na noite desta quarta-feira, o empresário e narcotraficante Jorge Rafaat Toumani foi assassinado no centro de Pedro Juan Caballero, cidade que faz fronteira com Ponta Porã. Ele seguia em um Hummer blindado, mas o veículo não suportou o calibre .50 das munições usadas e acabou atingido e morto no local. Seguranças que o acompanhavam reagiram e houve um intenso tiroteio na região.

Mesmo com todo esse cenário de guerra na fronteira, os homens do Exército, Marinha e Aeronáutica não puderam alterar a programação da operação, até mesmo porque a troca de tiros e mortes ocorreram no lado paraguaio.

“O que aconteceu ontem foi uma ação de extrema violência e foi do lado paraguaio da fronteira. Obviamente, nosso pessoal estava operando do lado brasileiro e permaneceu dentro daquilo que estava previsto na operação. Mas sem dúvida estamos preparados”, disse o general Carlos Sérgio Câmara Saú, chefe do Centro de Operações da Ágata 11 e Chefe do Estado Maior Conjunto da Área de Operações Oeste.

Por enquanto a operação segue a mesma programação e ainda não tem data para terminar. Até hoje, cerca de R$ 830 mil em mercadorias e produtos já foram apreendidos pelas ações. Inspeções em embarcações e veículos, patrulha terrestre e apreensões de droga, comida, roupas, armas e agrotóxicos foram algumas das principais ações dos militares durante os primeiros dias de operação.

As ações são realizadas entre as cidades de Comodoro, no Mato Grosso, e Mundo Novo, Sul de Mato Grosso do Sul, em uma extensão de aproximadamente 2,5 mil quilômetros. Na área de operações, além das agências federais, há ainda apoio de órgãos estaduais, como a Polícia Militar e Civil de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, GGIFron (Gabinete de Gestão Integrada de Fronteiras), Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária, Animal e Vegetal, do Estado de MS), Sefaz (Secretaria de Fazenda Estadual), DOF (Departamento de Operações de Fronteira), Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), entre outras.

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