Facções tinham preço: 1 milhão de dólares pela morte de ex-político da fronteira
Chicharõ Sánchez era ligado ao narcotráfico e foi fuzilado sábado de manhã, em Pedro Juan Caballero
Investigadores da Polícia Nacional afirmam que a execução do ex-suplente de deputado paraguaio Carlos Rubén Sánchez Garcete, o “Chicharõ”, 44 anos, é resultado da guerra entre facções criminosas que lutam pelo controle do tráfico de drogas na fronteira.
Chicharõ Sánchez tinha reduto em Capitán Bado, cidade vizinha de Coronel Sapucaia (a 400 km de Campo Grande), mas foi executado por, pelo menos, dez homens armados na casa onde morava com a mulher e um filho de 8 anos, em Pedro Juan Caballero, ao lado de Ponta Porã.
Conforme policiais paraguaios, os inimigos dele teriam colocado preço de 1 milhão de dólares pela cabeça do ex-político. Jurado de morte, Chicharõ Sánchez vinha morando em uma casa com forte sistema de segurança e guarda-costas armados, mas os pistoleiros se passaram por agentes da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) para ter acesso ao imóvel.
A polícia também suspeita que um dos amigos de Chicharõ, que estava na casa com ele na noite de sexta-feira, tenha o traído. Os pistoleiros sabiam a hora que a empregada chegava e onde estavam naquele momento os três seguranças do ex-político.
Outro detalhe que leva à suspeita de traição, é que os matadores chegaram ao local antes da presença de policiais que faziam a segurança de Chicharõ Sánchez todos os dias, das 8h às 20h, por determinação judicial.
A casa onde ele estava morando tem muralha de três metros e meio, sistema de câmeras e portas e portões fortificados com abertura apenas pelo lado de dentro. Os pistoleiros destruíram a tiros o sistema que armazenava as imagens, mas a polícia conseguiu recuperar uma cópia.
A guerra – Conforme o jornal ABC Color, a guerra de Chicharõ Sánchez com os irmãos Ruiz Díaz, também de Capitán Bado, começou em 2019 por problemas envolvendo cartel boliviano de cocaína.
O primeiro a atacar os inimigos teria sido Chicharõ Sánchez, que ordenou a execução dos irmãos Martimiano, 51, e Calixto Ruiz Díaz Arévalos, 50, no dia 15 de novembro de 2019.
Pouco mais de um mês após a morte dos irmãos, Chicharõ Sánchez sofreu atentado a tiros em Piray, distrito de Capitán Bado, mas escapou, porque estava em uma caminhonete blindada. No sábado de manhã, foi executado com pelo menos 50 tiros de fuzil. Até agora, não há pista dos matadores.